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O PT e Alcides Bernal

Por Vander Loubet (*) | 28/10/2013 08:49

Nesta semana, devemos ter uma posição definitiva sobre como vai ser encaminhada a relação do prefeito Alcides Bernal com os partidos que o apoiaram no segundo turno das eleições do ano passado em Campo Grande.

Bernal se isolou politicamente. Isso é muito ruim para a sua administração. No intuto de ajudar, fiz questão de falar isso pessoalmente ao prefeito em pelo menos duas ou três ocasiões. Mesmo que ele acredite que ganhou a eleição sozinho, precisa entender não vai conseguir governar sozinho.

Precisa recompor o quadro de forças dentro da sua gestão. Precisa chamar os partidos que o apoiaram no segundo turno (PT, PSDB, PPS e PV), bem como os que estavam em outras fileiras (como o PSB e o PDT) e colocar essas siglas no centro da administração, deixar que indiquem seus nomes para compor o governo.

Na Câmara Municipal, o prefeito não pode dialogar de forma isolada com um ou outro vereador. Precisa fazer com que os partidos recomponham a base de apoio ao governo com os vereadores.

Nós, do PT, não estamos pedindo mais cargos na administração. Apesar de não serem indicações do partido, sentimos que o PT está contemplado pela presença no governo de Semy Ferraz, Thais Helena e Alex do PT. O que estamos sugerindo e pedindo é que o prefeito tenha a compreensão de que é necessária a construção de um governo de coalizão.

O isolamento, se não for rompido e revertido, pode afetar aspectos administrativos ainda não contaminados pela atual descoordenação política. E caso as questões administrativas venham a se agravar, a sua situação política passará a ser insustentável, pois a insatisfação atingirá a população, que atualmente, em sua maioria, ainda acredita na capacidade de governo do prefeito.

A indicação imediata de um secretário municipal de Governo, que coordene a ação política do prefeito dentro da administração e junto à Câmara Municipal, dará a Alcides Bernal a tranquilidade de se concentrar nos aspectos administrativos de sua gestão. Athayde Nery, do PPS, me parece um nome talhado para o desafio de contribuir com a governabilidade, dada a sua experiência política como vereador, bem como no Executivo municipal.

A construção de um governo de coalizão com certeza lançará o embrião e as diretrizes de uma eventual frente de partidos que poderão marchar no processo eleitoral de 2014 ao lado do senador Delcídio do Amaral, pré-candidato ao governo do Estado, permitindo ao prefeito Alcides Bernal não só fazer um governo que atenda às expectativas da população, mas também construir os caminhos para um segundo mandato à frente da Prefeitura da Capital.

Pessoalmente, acredito que Bernal pode virar essa situação na qual está. Depende apenas dele. O problema do prefeito não envolve falta de obras, não envolve falta de ações e não envolve falta de dinheiro em caixa. O problema do prefeito é no campo da política e por isso acredito que ele pode corrigir o rumo das coisas, se quiser. Do contrário, lamentavelmente, estaremos diante da crônica de uma morte anunciada.

(*) Vander Loubet é deputado federal (PT-MS).

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