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Comportamento

Entenda o conclave e quando começa a escolha para o novo papa

Após morte de Papa Francisco, Vaticano se prepara para funeral e a escolha do novo líder católico

Por Thailla Torres | 21/04/2025 07:36
Entenda o conclave e quando começa a escolha para o novo papa
A escolha do novo papa é feita atrás de portas fechadas. (Foto: Vatican Media)

Francisco, o papa das causas sociais, dos gestos simples, descansou aos 88 anos. Durante 12 anos, ele guiou o rebanho de mais de um bilhão de fiéis. Agora, com sua partida, começa um tempo de silêncio e preparação: a chamada Sé Vacante, quando a cadeira fica vazia e o mundo católico se recolhe para escolher um novo pontífice.

Não é como uma eleição comum, dessas que envolvem palanques e promessas. A escolha do novo papa é feita atrás de portas fechadas, entre paredes carregadas de história, fé e fumaça branca. Tudo começa entre 15 e 20 dias após a morte do pontífice. É o tempo necessário para o luto e os ritos que dão adeus ao líder que partiu, com nove dias de missas e orações, os novendiales.

Enquanto isso, o Vaticano é comandado por uma espécie de síndico celestial: o camerlengo. Hoje, essa responsabilidade está nas mãos do cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell. Cabe a ele atestar a morte do papa, cuidar dos bens da Santa Sé e manter o funcionamento da máquina administrativa, como um zelador da fé até que um novo pontífice seja eleito.

Mas o poder maior, nesse intervalo sagrado, está nas mãos do Colégio dos Cardeais. São 252 religiosos espalhados pelo mundo, e 138 deles – todos com menos de 80 anos – têm direito a voto. Entre eles, sete brasileiros.

Antes da votação começar, eles participam das chamadas Congregações Gerais. É ali que decidem, em conjunto, desde os detalhes do funeral até o dia em que se trancarão para a escolha mais importante de suas vidas.

É nesse momento que entra em cena o Conclave, termo que vem do latim cum clavis, "com chave". Os cardeais literalmente se fecham no Vaticano. Sem telefone, sem jornal, sem WhatsApp. O mundo lá fora deixa de existir. Eles juram segredo absoluto e vivem por dias, às vezes semanas, sob o teto da Capela Sistina.

Ali, votam até quatro vezes por dia. Dois votos pela manhã, dois à tarde. Os papéis são queimados após a contagem. Se a fumaça que sobe pela chaminé for preta, ainda não temos papa. Se for branca, é sinal de que o escolhido disse "sim" – e a Praça de São Pedro se transforma em festa.

Para ser eleito, um cardeal precisa conquistar dois terços dos votos. Se a decisão se arrasta por dias, há pausas para oração, reflexão e, se for o caso, um segundo turno entre os dois mais votados. Mas mesmo assim, só um deles pode subir ao trono de Pedro com a bênção da maioria.

Quando finalmente um nome é escolhido, ele é levado à chamada Sala das Lágrimas. Ali, sozinho, veste pela primeira vez o traje papal. E então, atravessa a Basílica de São Pedro e surge na sacada para o mundo ouvir: Habemus Papam "Temos um Papa".

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