Por uma inteligência artificial servidora da pessoa humana
No tema do 57ª Dia Mundial da Paz, Inteligência Artificial e Paz, o Papa Francisco nos propõe um diálogo aberto e um verdadeiro discernimento sobre o impacto da Inteligência Artificial na civilização atual. A mensagem de 2024 desdobra a temática em oito assuntos tratados em pontos de reflexão.
No item 1º; 0 progresso da ciência e da tecnologia como caminho da paz, retoma a Constituição Gaudium et Spes, apresentando a ciência e tecnologia como sinais de esperança para um desenvolvimento humano e a paz. Já no 2*; O futuro da Inteligência Artificial por entre promessas e riscos, mostra tanto as possibilidades e potencialidades das novas tecnologias bem como as contradições e que trazem apreensões quanto a desigualdade social e sua aplicação desvirtuada.
No 3º ; A tecnologia do futuro máquinas que aprendem sozinhas, comentando dois modelos de máquinas, as machine learning de aprendizagem automático e as deep learning de aprendizagem profunda, que refletem bem a fantasia e idealização excessiva e equivocada de esquecer o fator humano e a necessidade de controle e humanizar estas tecnologias. No 4º ; O sentido do limite no paradigma tecnocrático, que é trabalhado na Laudato Si, se expõe claramente os perigos do utilitarismo e pragmatismo ao serviço do poder e do lucro.
No 5º ; Temas quentes para a ética, se consideram os problemas da manipulação política, a discriminação, o desemprego, o controle e vigilância da cidadania cerceando direitos. No nº 6; uma pergunta : Transformaremos as espadas em relhas de arado, se focaliza o uso destas tecnologias nos sistemas de armas autônomos, o perigo do terrorismo e da violência, e a necessidade de avaliar e enquadrar os algoritmos numa algor ética.
No n* 7, Desafios para Educação, tratam-se os desafios de desenvolver a consciência crítica e o discernimento nos utentes e comunidades educativas. Finalmente no último ponto; Desafios para o desenvolvimento do Direito Internacional, se apela para as Organizações Internacionais para gerarem modelos normativos e a necessidade de um tratado Internacional vinculativo que ordene o uso correto e para o bem comum destas tecnologias. Que a revolução digital destes meios possa ser conduzido e orientado em prol das gerações futuras para um mundo solidário, justo e pacífico. Deus seja louvado!
*Dom Roberto Francisco Ferreira Paz é bispo de Campos (RJ)