A contar por efeito de outras datas comemorativas, taxa de contágio deve subir
Feriadão foi cheio de denúncias e imagens de aglomerações, principalmente, em cidades turísticas
Depois de um feriadão cheio de denúncias e imagens de aglomerações, principalmente, no interior, a previsão é de mais um impacto negativo nas estatísticas da covid-19. Com base nos efeitos de outras datas comemorativas, nova aceleração na velocidade da infecção pelo coronavírus pode ocorrer no Estado.
No sábado (5), primeiro dia do feriadão, o titular da Secretaria Estadual de Saúde, Geraldo Resende alertou que, caso a população não tomasse medidas de prevenção à doença, o quadro se agravaria. Hoje, ele lamentou imagens de aglomeração que viu na imprensa e voltou a dizer que o Estado precisa reduzir a taxa de contágio de 1.12 para menos de 1. Esse índice piora conforme cai a taxa de isolamento social
Mas não adiantou, cidades como Bonito e Jardim ficaram lotadas de turistas. Campo Grande também não deu trégua nas festinhas, mostraram imagens enviadas por meio do canal Direto das Ruas.
Autoridades de saúde alertam para o perigo que pode ocorrer de 7 a 14 dias depois. Eventos com junção de pessoas, sobretudo as que não realizaram testagem recentemente, propiciam o aumento na velocidade de infecção.
Datas comemorativas - No Dia das Mães, comemorado em 10 de maio, quando a pandemia ainda estava longe do pico, Mato Grosso do Sul tinha 346 pessoas infectadas com a doença. Após 2 semanas, o Estado registrava 858 casos, número 4 vezes maior, com maior aceleração a partir do dia 17.
No fim de abril, a média diária de confirmações eram 6 casos por dia. Na primeira metade de maio subiu para 22 casos diários. No final de maio, a média alcançava quase 40 casos por dia.
Meses depois, durante a data comemorativa do Dia dos Pais, celebrada em 8 de agosto, o Estado contabilizava 30.707 infectados. Duas semanas após as comemorações em família, o acréscimo era de 11 mil casos, totalizando 41.888.
Isolamento social - A contar pelo resultado negativo de festas anteriores, a tendência é de novo aumento de casos a partir do dia 14. O que romperia o ritmo de estabilidade registrada nas últimas semanas.
Mas a realidade sobre o impacto ainda é imprevisível, já que evolução duas semanas após as festas dos Dias do Trabalho, das Mâes e dos Pais ocorreu em período de crescimento já esperado, porque poucas pessoas haviam testado positivo para o coronavírus até agosto, mês de pico da doença.
Será o teste, principalmente para cidades turísticas como Jardim e Bonito, que ficaram lotadas e tiveram piores taxas de isolamento no sábado, dentre todas os 79 municípios de Mato Grosso do Sul.
No domingo, segundo dia do feriadão de muito calor, a também turística Rio Verde de Mato Grosso apresentou 2º pior índice - 34,6% da população estava em casa.
No caso do turismo, o poder do contágio é ainda maior, porque pessoas que curtiram o feriadão se refrescando nos rios do estado, voltaram para casa e se espalharam por diversas cidades.
Na sexta-feira (4), o Estado registrou a pior taxa de isolamento desde abril, quando a pandemia começou - 31,1% da população, segundo o índice InLoco. A cada 10 pessoas, 7 não respeitaram a principal medida de prevenção ao novo coronavírus.