Adolescente morta com covid é a 2ª suspeita de síndrome rara no Estado
Primeira suspeita foi em agosto e depois de investigação, Secretaria Estadual de Saúde descartou caso
A adolescente de 15 anos enterrada ontem depois de morrer com covid-19 é o segundo caso suspeito da SIM-P (Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica). A primeira notificação feita pela Secretaria Estadual de Saúde ocorreu em 12 de agosto e após investigação, o caso foi descartado.
A Secretaria informou ainda que não há nenhum caso confirmado da síndrome rara em Mato Grosso do Sul e que investiga agora o da menina, depois que a família relatou que ela não tinha nenhuma comorbidade associada.
Segundo nota técnica da covid, da Secretaria Estadual de Saúde, a síndrome inflamatória é grave e tem características semelhantes as de outra síndrome, chamada Kawasaki, mas seus sinais e sintomas clínicos completos ainda são desconhecidos.
Os relatos de casos disponíveis na literatura descrevem que a síndrome é caracterizada por febre persistente, superior a 38°C, entre crianças, adolescentes e jovens de 0 a 19 anos, por mais de três dias, acompanhada de um conjunto de sintomas que podem incluir: hipotensão, comprometimento de múltiplos órgãos e elevados marcadores inflamatórios.
A maioria dos casos relatados apresentam exames laboratoriais que indicam infecção atual ou recente pelo SARS-CoV-2 ou vínculo epidemiológico com caso confirmado de covid- 19.
Morte da adolescente - A menina vivia no Jardim Morenão, teve os sintomas agravados no dia 19 de outubro, foi internada e faleceu na terça-feira (20), sendo a 652ª morte na Capital e a vítima mais jovem de covid em Mato Grosso do Sul.
Ela ficou internada por cinco dias no Hospital Unimed, depois de dar entrada no dia 16, com sintomas como vômito, dor abdominal, vertigem e episódios de perda de consciência.
Como havia exames pregressos que mostravam uma possível inflamação na área abdominal, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que a adolescente passou por cirurgia para investigar e identificar o foco da infecção, quando foi feita a retirada do apêndice.
Na terça-feira (20), foi declarada a morte encefálica e iniciado protocolo para doação de órgãos, autorizado pela família. Neste momento, ainda conforme a Sesau, foi feito o teste RT-PCR, que constatou a covid. A recuperação da cirurgia em si, a princípio, não está relacionada com a morte da paciente.