Advogado diz que chefe do MP avisou conselheiro do TCE sobre Omertá
O advogado afirma que conhece Jerson há mais de 40 anos e destaca se tratar de uma pessoa “amabilíssima
Alvo da segunda fase da operação Omertá, o advogado David Moura de Olindo afirma em vídeo que o teor da ação foi antecipado pelo procurador-geral de Justiça, Paulo Cezar dos Passos, a Jerson Domingos, conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado).
Na terça-feira (dia 17), Olindo e Domingos, respectivamente advogado e cunhado de Jamil Name, foram alvos da Omertá 2, que apura plano de atentado contra promotor do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e delegado da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros ).
Em entrevista ao site Região News, o advogado David Olindo conta que teve a residência e escritório, ambos localizados em Sidrolândia, vasculhados pelas equipes que cumpriram mandado de busca e apreensão. O advogado disse que não foi informado sobre o motivo da ação, então resolveu questionar, até mesmo para auxiliar a força-tarefa.
Segundo ele, o delegado João Paulo Sartori, da Garras, disse que era investigação sobre ameaça à autoridade.
“Sabia que eles estavam gravando e disse: ah, o Jerson me comentou. O Jerson Domingos, ex-deputado estadual, cunhado do Jamil Name, irmão da Tereza Name, disse há poucos dias, logo depois da audiência de instrução e julgamento, que o procurador-geral do Ministério Público, doutor Paulo Passos, o havia chamado no Ministério Publico e relatado a ele que uma gravação ambiental em presídio, que não sei qual, e que tinham mencionado que o Jerson e uma terceira pessoa, não me recordo se falaram o nome da Tereza, estariam engendrando a morte de um promotor e de um delegado. Nós demos risadas”, relata Olindo.
O advogado afirma que conhece Jerson há mais de 40 anos e destaca se tratar de uma pessoa “amabilíssima”. “O próprio procurador havia dito que não acreditava nisso, que peitou a discussão. Essa operação só pode ter alicerce aí e nas brincadeiras minhas com o Jerson”. O diálogo entre Olindo e Domingos foi pelo WhatsApp.
O advogado não forneceu a data da reunião, mas as primeiras audiências da operação Omertá foram em 2 e 3 de março. Na ocasião, foram ouvidas testemunhas de defesa no processo pela execução do universitário Matheus Coutinho Xavier.
Na entrevista, Olindo disse saber a força que tem e que se destacou na audiência por expor a falta de provas da acusação.
“Não acredito que o doutor Aluízio vai manchar a biografia dele para entrar na convulsão de alguns mecanismos sociais pela condenação de alguém que é tido como bandido. Sabe qual o grande problema do seu Jamil Name pai? É ser mal-educado, grosso, mas não é bandido”, diz advogado.
O Campo Grande News entrou em contato com o MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e não obteve retorno até a publicação da matéria. A reportagem não conseguiu contato com Domingos e nem com Renê Siufi, que atua na defesa do conselheiro do TCE.
Papel higiênico - Bilhete escrito em papel higiênico por detento do presídio federal de segurança máxima de Mossoró (Rio Grande do Norte) foi estopim para a nova fase da operação Omertá, que investiga grupo de extermínio em Mato Grosso do Sul.
Conforme nota divulgada nesta tarde pelo Gaeco, o responsável pelas anotações ficava entre as celas de Jamil Name e Jamil Name Filho. A pessoa anotava todas as conversar que ouvia entre eles e dois advogados, identificados como David Moura de Olindo e Adailton Raulino Vicente da Silva, ex-delegado de Polícia Civil em Mato Grosso do Sul e hoje atua em João Pessoa (Paraíba).