Agepen aponta queda nos casos de sarna, mas água continua racionada em presídio
De acordo a administração da unidade, o número de casos em tratamento foi reduzido de 580 para 180
A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) divulgou um comunicado nesta quinta-feira (1º) detalhando as ações tomadas para enfrentar o surto de sarna e furúnculos na Penitenciária Estadual de Dourados, após a recente inspeção da Defensoria Pública.
De acordo com a Agepen, o número de casos em tratamento na unidade foi reduzido de 580 para 180 devido a medidas imediatas. As ações incluíram o prolongamento do banho de sol, tratamento com medicação, desinsetização completa da penitenciária, substituição de colchões antigos por novos e reativação da lavanderia para higienização das roupas de cama e banho.
A administração do presídio informou ainda que fornece produtos de limpeza diariamente aos presos encarregados da limpeza das áreas comuns. Além disso, o processo de uniformização da massa carcerária está em andamento.
A Agepen enfatizou a colaboração com a vigilância sanitária para prevenção de novos casos e a busca de apoio da Secretaria de Saúde Municipal, incluindo a solicitação de um plantão médico e um técnico em enfermagem para reforçar os atendimentos.
Investimentos emergenciais foram feitos, incluindo a compra de 1.000 colchões e 1.000 cobertores novos. Também há a distribuição regular de kits higiênicos, composto por sabão em pó, sabonete, creme dental, escova dental e sabão em barra, que são adquiridos a cada dois meses, com ordem judicial, através da 3ª Vara Criminal e 8ª Promotoria de Justiça.
A Agepen negou que falte água para ações mínimas de higiene, justificando que “há necessidade de fechar o hidrante, por curtos períodos de tempo, visando o reabastecimento de água. Ou seja, há a necessidade dos fechamentos de água para que haja o enchimento pleno da caixa”.
Fiscalização - A Penitenciária Estadual de Dourados, o maior presídio de segurança máxima de Mato Grosso do Sul, enfrenta uma grave crise de saúde, conforme constatado durante uma inspeção da Defensoria Pública motivada por denúncias de um surto de sarna e furúnculos.
Os detentos, vivendo em celas superlotadas, enfrentam condições desumanas, com feridas abertas, furúnculos e sarna, além de dormirem no chão com cobertores em um ambiente insuportavelmente quente e sem ventilação. A falta de água para higiene pessoal, a escassez de tempo para banho de sol e a ausência de medicamentos básicos agravam ainda mais a situação, com 500 dos 2,4 mil detentos infectados.
O defensor público Lucas Pimentel, coordenador do Núcleo de Defesa dos Povos Indígenas e da Igualdade Racial e Étnica, descreve a situação como uma das coisas mais tristes que já presenciou e critica a falta de preocupação das autoridades, que não forneciam os remédios necessários, nem mesmo estavam na lista da prefeitura.
O coordenador do Núcleo do Sistema Penitenciário destaca a necessidade de providências urgentes, considerando a troca de colchões insuficiente. Com relatórios e imagens elaborados após a vistoria, a Defensoria Pública enviou os documentos à Agepen e Sejusp, cobrando ações para enfrentar a crise sanitária no presídio.
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