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Cidades

Além do IFMS, UFMS também tem servidores em greve a partir de hoje

Cerca de 100 técnicos administrativos e professores se concentram neste momento na Praça do Rádio, na Capital

Por Cassia Modena, Idaicy Solano e Clara Farias | 03/04/2024 10:15
Cerca de 100 servidores federais se manifestam na Praça do Rádio nesta manhã (Foto: Idaicy Solano)
Cerca de 100 servidores federais se manifestam na Praça do Rádio nesta manhã (Foto: Idaicy Solano)

Esta quarta-feira (3) começou com servidores da educação federal de Mato Grosso do Sul em greve. Por esse motivo, o IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) e a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) estão funcionando parcialmente, com algumas aulas e atividades administrativas suspensas.

IFMS e UFMS possuem dez campi cada, na Capital e no interior. Conforme informaram os comandos de greve centrais e locais, sete da primeira e também sete da segunda instituição registram adesão total ou parcial hoje.

Parte dos servidores administrativos e professores de Campo Grande que estão em greve se reúne na Praça do Rádio, nesta manhã, para se manifestar sobre as reivindicações. Cerca de 100 pessoas estão no local.

O que querem - Os grevistas se unem ao movimento nacional. Pedem principalmente a reestruturação das carreiras no serviço público e recomposição dos salários não reajustados há 10 anos, segundo o assistente administrativo da UFMS e coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da universidade e do IFMS, Lucival Alves dos Santos.

"Nossa recomposição salarial já está defasada em mais de 30%. Nós fizemos a proposta, mandamos para o Governo Federal, mas até agora não tivemos a resposta", relata.

Sobre como estão os salários atualmente, Lucival exemplifica que o técnico administrativo começa ganhando R$ 1,4 mil. O da classe D, que precisa ser graduado, recebe inicialmente 0,8% a mais que o salário-base. "Dentro da nossa carreira, nós somos o menor salário dentro do serviço público. E é muito pouco em relação ao mercado de trabalho", contesta.

Técnica administrativa do IFMS e presidente do Sinasefe/MS (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), Shirley Araújo explica que o pedido é de recomposição salarial pelo menos de 10% em 2024, 10% em 2025 e 10% em 2026.

A presidente do Sinasefe/MS, Shirley Araújo, na Praça do Rádio (Foto: Idaicy Solano)
A presidente do Sinasefe/MS, Shirley Araújo, na Praça do Rádio (Foto: Idaicy Solano)

Ela argumenta que houve muitos cortes ao longo da última década e que é irrisório o que o Governo Federal já ofereceu aos servidores no período.

"O governo apresenta lá alguns benefícios, mas é uma coisa tão irrisória que chega a ser ofensivo. Só para você ter uma ideia, agora que eles estão sinalizando a melhoria do vale-alimentação. Até dois meses atrás, ele era de R$ 460. Mas, em termos de reestruturação da carreira, em termos de reposição salarial e de resgate do poder aquisitivo do servidor público federal, isso ele simplesmente não arreda o pé. E nós não estamos pedindo muita coisa, não", descreve Shirley.

Aulas - O Campo Grande News mostrou aqui como está o movimento grevista e as atividades no IFMS, onde três campus no Estado estão com aulas totalmente suspensas. A reportagem foi também até a UFMS.

Bloco 6 da UFMS, onde estudantes estão em aula em algumas salas (Foto: Clara Farias)
Bloco 6 da UFMS, onde estudantes estão em aula em algumas salas (Foto: Clara Farias)

Na universidade, alunos dos cursos de Psicologia, Engenharia Ambiental, Ciências da Computação e Engenharia da Computação estavam tendo aula normalmente. Outros, como o bacharelado e licenciatura em Biologia, não tiveram aula, pois cerca de 20 professores aderiram à greve.

A assessoria de imprensa da UFMS foi acionada, para dar mais informações sobre o impacto da paralisação à instituição e aos acadêmicos, mas ainda não se manifestou. O espaço segue aberto.

Salas de aula do curso de Biologia estão fechadas na UFMS (Foto: Clara Farias)
Salas de aula do curso de Biologia estão fechadas na UFMS (Foto: Clara Farias)

Laboratórios - Ainda segundo o coordenador do Sista, na UFMS as atividades essenciais estão sendo feitas com escala de serviço reduzida. Exemplos dessas prioridades são os laboratórios que possuem material humano ou vegetal para estudos.

Ayo Rosas, 27, é técnica em laboratório da UFMS e foi uma das servidoras que aderiu à greve e não vai entrar na escala. Ela relata frustração desde que assumiu o cargo público, há nove meses.

"A gente pensa que servidor público tem uma qualidade de vida elevada, superior a quem é [contratado pela] CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), por exemplo. E quando eu entrei, a realidade foi outra. Mesmo com o salário acima do valor comercial, as coisas não ficaram mais fáceis pelos descontos, impostos, diversos tipos de custos que são fixos e que acabam refletindo bastante na nossa renda final", conta a servidora.

Até quando - A greve segue por tempo indeterminado.

O movimento poderá ampliar ou reduzir ao longo dos dias, segundo informaram os sindicalistas à reportagem. É esperada que uma negociação ocorra em Brasília (DF) na sexta-feira (5) junto a representantes do Governo Federal.

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