Brasil recupera, após 5 anos, status de área livre do sarampo
Doença foi registrada pela última vez em 2022
O Brasil foi novamente certificado como país livre do sarampo, rubéola e SRC (Síndrome da Rubéola Congênita) pela Organização Pan-Americana da Saúde, em cerimônia realizada nesta terça-feira (12) em Brasília (DF).
A recertificação foi entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à ministra da Saúde, Nísia Trindade, após o país registrar dois anos sem casos autóctones (transmissão interna) de sarampo, com o último caso confirmado em junho de 2022, no Amapá. A medida é um reflexo de avanços significativos no programa de vacinação e vigilância epidemiológica.
O país havia recebido a certificação de eliminação do sarampo em 2016, mas perdeu o status em 2019 após surtos da doença, que afetaram principalmente estados do Norte e Nordeste. Entre 2018 e 2019, o país registrou mais de 10 mil casos, com pico de contaminação em julho de 2018. A queda na cobertura vacinal e a alta circulação do vírus, especialmente em decorrência de um fluxo migratório, foram fatores determinantes para a perda da certificação.
A recertificação foi possível graças ao fortalecimento do sistema de saúde, com aumento das coberturas vacinais e intensificação da vigilância epidemiológica. O último caso de sarampo autóctone foi confirmado em junho de 2022, e desde então, os registros da doença foram limitados a casos importados. A OPAS destacou a importância das campanhas de vacinação, especialmente em escolas, e da pronta resposta a casos suspeitos para garantir a eliminação definitiva do vírus.
De acordo com Renato Kfouri, presidente da Câmara Técnica Nacional de Especialistas, a recertificação reflete o esforço conjunto de gestores, profissionais de saúde e a população, que aderiram às campanhas de imunização. “O trabalho feito em todo o Brasil foi fundamental para essa conquista”, afirmou Kfouri. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, também ressaltou a importância do compromisso da sociedade e da colaboração com a OPAS para alcançar esse marco.
No entanto, a organização e especialistas alertam que o trabalho de prevenção deve continuar. Apesar da eliminação do sarampo no Brasil, o vírus ainda circula em outras partes do mundo, como na Europa e na Ásia, e a vigilância constante é essencial para evitar novos surtos. Jarbas Barbosa, diretor da OPAS, enfatizou a necessidade de manter a cobertura vacinal elevada e homogênea, além de uma vigilância epidemiológica sensível para detectar rapidamente qualquer caso importado.
Entenda - O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que pode causar complicações graves, como pneumonia, encefalite e até a morte. A principal forma de prevenção é a vacinação, com duas doses da vacina tríplice viral, disponível gratuitamente no SUS (Sistema Único de Saúde).
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