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Cidades

Brasileira denuncia policiais bolivianos de estupro e oito são presos

A vítima, que já cumpriu um ano de prisão, foi condenada a 3 anos pelos crimes de roubo e evasão

Viviane Oliveira | 19/03/2019 07:36
Brasileira conversou com algumas pessoas antes de ser transferida, porém não falou com a imprensa local (reprodução/ jornal El Deber)
Brasileira conversou com algumas pessoas antes de ser transferida, porém não falou com a imprensa local (reprodução/ jornal El Deber)

Após denunciar policiais por estupro, uma brasileira de 20 anos que estava presa na cidade de Rurrenabaque, em Beni, foi transferida para um presídio no município de Trinidad, na Bolívia, País que faz fronteira com Corumbá, distante 419 quilômetros de Campo Grande. Oito policiais acusados pelo crime estão presos. 

Conforme o jornal boliviano El Deber, a ordem de transferência foi dada pelo juiz Raúl Zárate Condori. A brasileira foi levada por escolta policial por volta das 14h30 do último sábado (16). "Foi determinada pelo juiz a transferência da interna, como uma medida de proteção", explicou o promotor, Orlando Aramayo.

A mulher cumpre pena de três anos pelos crimes de roubo e evasão. Foi informado pela Justiça boliviana que a vítima apenas cumpriu um ano de detenção e, em razão dos abusados sofridos, não está excluída a possibilidade de que ela seja extraditada ao Brasil.

A medida da transferência, segundo o promotor Orlando, visa continuar com a investigação na capital Beniana porque Rurrenabaque não tem a logística para realizar exames periciais e psicológicos sobre o fato da violação. "Em Trinidad, a brasileira será submetida a exames psicológicos e a uma série de outros exames. Além disso, a interna terá direito a defesa pública, porque em Rurrenabaque não há advogados do Estado", explicou.

Orlando ainda apontou que existe a possibilidade de a embaixada brasileira ficar à frente da extradição de Eva. "A extradição dependerá do pedido feito por seus advogados e pela embaixada brasileira”, disse o promotor. Eva, que não tem parentes na Bolívia, só pode ter contato com o advogado, pois o caso foi declarado sob sigilo.

Procurada pelo jornal boliviano, a embaixada brasileira responde que não foi informada da prisão de a mulher - vítima de estupro cometidos por policiais daquele em Rurrenabaque. Dessa forma, o Estado boliviano teria violado a Convenção de Viena sobre relações consulares. A posição da embaixada brasileira foi expressa em uma nota enviada ao senador Yerko Núñez, responsável por denunciar o caso da cidadã brasileira detida há mais de um ano na cidade.

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