Câmara e associação lançam cartilha para ensinar respeito aos LGBTQIAPN+
Cartilha Letramento na Diversidade tem versão digital, além de 2 mil exemplares distribuídos
Foram distribuídos a órgãos públicos e entidades 2 mil exemplares da Cartilha Letramento na Diversidade, disponível também em versão digital. O lançamento é da ABMCJ-MS (Associação Brasileira de Mulheres e Carreira Jurídica de Mato Grosso do Sul) e da Procuradoria Especial da Mulher da Câmara Municipal de Campo Grande.
A cartilha traz definições básicas sobre a diversidade e dicas de como se comunicar sem ser invasivo ou ofensivo, usando termos e tratamentos adequados. A ideia é expandir a quantidade de exemplares impressos e ainda lançar uma segunda edição, conforme a presidente da Procuradoria Especial da Mulher, vereadora Luiza Ribeiro (PT).
“Muitos órgãos nos pediram e temos visto que a procura foi além da nossa expectativa. A cartilha não é para o público LGBTQIAPN+. Ela ‘fala’ para as pessoas que querem ter um diálogo respeitoso com a pessoas LGBTQIAPN+. Algumas pessoas não sabem como chamar, há muitas dúvidas, mas as pessoas querem aprender e têm esse interesse. Então, a cartilha veio destinada às pessoas que querem tratar com respeito, um tratamento digno e humano”, explica Luiza.
Os exemplares foram distribuídos a órgãos do poder público, como a Casa da Mulher Brasileira. Está prevista a impressão de mais unidades e a Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) propuseram a elaboração de uma segunda edição da cartilha, conforme a vereadora.
Luiza destaca que a iniciativa partiu da ABMCJ-MS e foi abraçada pela procuradoria. “Essa demanda maior do que esperávamos mostra que as pessoas querem saber mais para ter esse diálogo respeitoso”, comenta a vereadora.
Definições - A cartilha explica o que significa identidade de gênero, orientação sexual, expressão de gênero e sexo biológico, além de detalhar os significados da sigla LGBTQIAPN+.
O que não falar - O material também traz alertas sobre o que não dizer para não acabar desrespeitando as pessoas, com destaque para duas expressões que são comumente ditas equivocadamente, como homossexualismo e opção sexual.
Homossexualismo é um termo incorreto e preconceituoso devido ao sufixo “ismo”, que denota doença, anormalidade. Em 1990, a OMS (Organização Mundial de Saúde) retirou o termo e o conceito de “homossexualismo” da lista de doenças mentais, declarando que “a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio, nem perversão”. O termo substitutivo, portanto, é homossexualidade, que se refere de forma correta à orientação sexual do indivíduo, indicando “modo de ser”, conforme a cartilha.
Opção sexual também é uma expressão incorreta, sendo o correto dizer orientação sexual. “A explicação provém do fato de que ninguém ‘opta’, conscientemente, por sua orientação sexual. Assim como o heterossexual não escolheu essa forma de desejo, o homossexual (tanto feminino como masculino) também não”.
Clique aqui para acessar a versão digital da Cartilha Letramento na Diversidade.
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