Caminhoneiros ameaçam paralisação nacional na próxima segunda-feira
Dentre outras demandas, categoria cobra mudança da política de preços dos combustíveis
A CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística) convocou caminhoneiros de todo o País, para uma paralisação por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (1º), em protesto contra a inércia do Governo Federal, diante das demandas da categoria.
A entidade apresenta uma pauta com 15 itens, mas prioriza três pontos emergenciais para evitar a greve: a mudança da política de preços dos combustíveis na Petrobras, o retorno da aposentadoria especial após 25 anos de contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e o julgamento da constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da Lei Piso Mínimo de Frete.
Em nota, a confederação afirmou que o prazo estipulado pelas entidades para que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atenda a pauta da categoria termina neste domingo, 31 de outubro, "mas tudo indica que a paralisação acontecerá em razão do forte descontentamento dos caminhoneiros", ressalta a entidade.
O movimento é organizado pela CNTTL, juntamente com o CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas) e pela ABRAVA (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores) – entidades que representam 855 mil caminhoneiros autônomos e celetistas no país.
A orientação das entidades é que os caminhoneiros façam a partir de segunda-feira, 1º de novembro, protestos e permaneçam parados nos pontos de paradas nas estradas de suas localidades e que não efetuem nenhum tipo de carregamento.
Até o momento, o que foi apresentado pelo governo federal apenas aumentou a indignação dos caminhoneiros, que passam dificuldades nas estradas para sobreviver devido ao aumento abusivo diesel, além das condições precárias de trabalho.
A proposta do auxílio-diesel no valor de R$ 400,00 feita por Bolsonaro irritou os caminhoneiros autônomos, que consideram o valor uma “migalha e esmola".
A declaração do Ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, de que a categoria (autônomos) irá sumir ou deve mudar de profissão, tornando-se empregada das empresas de transportes, em evento com empresários, também acirrou ainda mais a indignação dos profissionais do volante.
Para as entidades, isso não é postura de um ministro estadista, que deve ser um mediador dos conflitos e não um defensor do término de uma categoria.
O movimento também aponta que o congelamento do ICMS sobre os combustíveis não resolve os problemas da categoria. As entidades informam que os caminhoneiros só retornarão à normalidade assim que os três itens principais da pauta forem de fato atendidos pelas autoridades brasileiras.