Cancelamento de compra de vacina chinesa contra covid-19 irrita governadores
Anúncio de Bolsonaro revoltou chefes do Poder Executivo que participaram de videoconferência na terça-feira
A decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de não adquirir a vacina Coronavac, contra a covid-19, desenvolvida pela China com o Instituto Butantan, em São Paulo, gerou revolta entre os governadores, segundo a Folha de São Paulo.
Na quarta-feira (20) o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, havia anunciado acordo para compra de 46 milhões de doses, mas hoje o presidente afirmou que a vacina não será adquirida pelo governo federal.
Testes da vacina estão sendo realizadas em voluntários de quatro cidades, entre elas Campo Grande.
Ontem, o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), havia celebrado o acordo firmado em videoconferência. “Acredito ser uma sábia decisão, que nos dá segurança e garante que a imunização chegará a todos os Estados”, declarou. O chefe do Poder Executivo estadual não se manifestou sobre a decisão de Bolsonaro.
O governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), disse que “Bolsonaro não pode dispor das vidas das pessoas para seus propósitos pessoais”.
"Temos que apelar ao presidente para que a gente tenha equilíbrio, racionalidade, empatia com quem pode pegar esse vírus. Um apelo mesmo para manter o que falamos ontem", afirmou Renato Casagrande, governador do Espírito Santo.
Em pronunciamento nesta quarta-feira, o secretário-executivo de Saúde, Élcio Franco, afirmou que o Ministério da Saúde não fez acordo com governo de São Paulo para aquisição da vacina, desmentindo o ministro Pazuello.
Também reforçou que nenhuma vacina será obrigatória e que as vacinas devem seguir critérios de “segurança, eficácia, produção em escola e preço justo”.