Caso de "bomba" achada há 9 anos nunca foi esclarecido e pode ter sido recado
Artefato estava sob mesa usada por autoridades em 2015 e há quem fale em alerta para "blindar" a Capital
Nove anos após artefato ser encontrado embaixo da mesa usada na posse dos secretários do ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande, o assunto voltou à tona. Fonte do Campo Grande News disse que era mesmo uma bomba e foi considerada um recado do crime organizado que tentava dominar a Capital assim como teria feito na região de fronteira.
Em resposta, segundo a mesma fonte, as forças de segurança reagiram para manter o controle da cidade. O objeto encontrado no dia 2 de janeiro de 2015, tinha pregos e indícios de pólvora.
A posse dos secretários de Azambuja havia sido um dia antes no mesmo local. O chefe do executivo declarou à época que a ação era inaceitável em qualquer lugar e não seria intimidado por ninguém.
Localizado pelo funcionário de uma empresa de decoração, o material foi levado pelo esquadrão antibombas do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) para remontagem após detonação. Além de coleta de amostras para o Instituto de Análises Laboratoriais Forenses da Polícia Civil.
Durante as investigações o perito criminal João Ricardo Parreira confirmou que o dispositivo era composto ainda por relógio e baterias, mas que apresentava “aspecto de simulacro” e teria sido feito de forma artesanal.
Era mesmo uma bomba? Quem colocou lá? Quem construiu o artefato? Já estava embaixo da mesa durante a posse do secretariado? Eram muitas perguntas. A imprensa chegou a questionar o resultado das investigações, conduzidas pela Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras). O assunto caiu no esquecimento.
Procurado pela reportagem agora, nove anos depois, o ex-chefe de segurança do governo estadual, Coronel Nelson Antônio da Silva, diz ter certeza de que o artefato foi colocado só após a posse do secretariado, mas também tem outras dúvidas sobre o assunto.
"Nunca foi passada uma informação concreta para a gente se aquele artefato tinha material explosivo ou não. Nunca havia acontecido isso no Estado. Acredito que tenha sido uma conspiração política para causar algum temor. Eu como chefe da casa militar responsável pela segurança não tive nenhum retorno oficial das autoridades à respeito da localização do responsável ou do grupo que implantou aquilo no Palácio Popular da Cultura", disse o coronel.
A reportagem procurou o ex-governador Reinaldo Azambuja para falar sobre o assunto, mas não houve resposta. Também entramos em contato com a assessoria da Polícia Civil. Até o fechamento da matéria não houve retorno.
Ainda segundo apurado pelo Campo Grande News, recentemente uma nova tentativa de "avançar no domínio" da Capital acendeu mais um alerta e medidas foram tomadas para reforçar a "blindagem" da cidade.
A luz vermelha teria vindo com a descoberta de uma guerra entre quadrilhas pela disputa do comando do jogo do bicho em Campo Grande. Ao todo, 15 pessoas foram denunciadas por integrar uma organização criminosa armada voltada à exploração ilegal do jogo do bicho, roubos, corrupção, entre outros crimes graves.