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Cidades

Conselho repudia ato “político-partidário” de ministra dos Povos Indígena em MS

Ministra estará a Capital neste sábado para inauguração da Embaixada Indígena, alvo de críticas do Conselho

Por Jhefferson Gamarra | 08/06/2024 10:18
Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e do secretário-executivo do Ministério, Luiz Henrique Eloy Amado, durante agenda na Capital (Foto: Alex Machado/Arquivo)
Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e do secretário-executivo do Ministério, Luiz Henrique Eloy Amado, durante agenda na Capital (Foto: Alex Machado/Arquivo)

O Conselho do Povo Terena emitiu uma moção de repúdio contra a atuação da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e do secretário-executivo do Ministério, Luiz Henrique Eloy Amado, alegando que as autoridades estariam atrelando os projetos do Ministério aos interesses partidários.

Em uma nota pública, o Conselho rechaçou a proposta de criação da Embaixada Indígena em Mato Grosso do Sul, alegando que a iniciativa seria uma tentativa de impor candidaturas sem respaldo político das próprias comunidades indígenas.

Segundo o Conselho do Povo Terena, a inauguração da Embaixada Indígena, prevista para este sábado (8) em Campo Grande, que contará com a presença da ministra será um espaço " chapa-branca" destinada ao lançamento de candidaturas de "pessoas que não possuem respaldo político de suas próprias comunidades, tampouco do Conselho do Povo Terena e de outras entidades tradicionais atuantes no Estado".

O Conselho do Povo Terena também alega que a estratégia por trás da Embaixada Indígena seria "inviabilizar a eleição e reeleição de vereadores indígenas em vários municípios", o que, segundo eles, demonstra um desvio de função por parte do Ministério dos Povos Indígenas.

Essa não é a primeira vez que a atuação da Ministra Sônia Guajajara e do secretário Luiz Henrique Eloy Amado é questionada pelo Conselho do Povo Terena. Eles apontam que os representantes do Ministério frequentemente não atendem a convites para participarem de assembleias e costumam visitar o estado para lançar candidaturas políticas em tempos de eleições, sem o respaldo da maioria das lideranças tradicionais das comunidades indígenas.

Além disso, o Conselho do Povo Terena critica a postura do Ministério dos Povos Indígenas de tentar impor uma lógica política que contraria as articulações e instâncias tradicionais de decisões dos povos indígenas. Eles reforçam que tal interferência causa cisões e conflitos internos, enfraquecendo o movimento indígena regional e nacional.

 “Eles e seus aliados costumam impor ao Conselho do Povo Terena uma lógica política do mundo dos purutuye (“brancos” ou não indígenas na língua mãe), que contraria nossas articulações e instâncias tradicionais de decisões”, frisou o Conselho em nota.

A criação da Embaixada Indígena e suas supostas intenções políticas também geram questionamentos sobre o desvio de função do Ministério dos Povos Indígenas. O Conselho do Povo Terena ressalta que o objetivo do Ministério, conforme formalmente divulgado é atuar na implementação da política indígena e indigenista, garantindo e promovendo os direitos dos povos indígenas, e não se envolver em questões políticas regionais.

Diante desse contexto, o Conselho do Povo Terena publicou nota de repúdio e acusou a ministra Sônia Guajajara, do secretário Luiz Henrique Eloy de intromissões político-partidárias, afirmando as ações do ministério desrespeitam as instâncias tradicionais dos povos indígenas em Mato Grosso do Sul e em todo o Brasil.

A reportagem entrou em contato com a assessoria do Ministério dos Povos Originários para obter um posicionamento sobre as acusações levantadas pelo Conselho do Povo Terena, até o momento da publicação desta matéria, não recebemos retorno por parte da pasta. O espaço segue aberto.

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