De saída da PF, superintendente vai atuar no Paraguai e ajudar força-tarefa
Assessoria de imprensa informou que haverá solenidade para anunciar saída do delegado e quem irá substituí-lo
Embora ainda evite entrar em detalhes sobre a mudança, o atual superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Agnaldo Mendonça Alves, está prestes a assumir o posto de adido policial federal na embaixada do Brasil em Assunção, no Paraguai. A partir de janeiro de 2024 estará no cargo classificado como missão diplomática, em substituição a Richard Murad Macedo. Pela publicação em Diário Oficial da União, serão três anos na função.
Mendonça sentou na cadeira de superintendente da PF no início deste ano no lugar de Chang Fan. Segundo a assessoria de imprensa, ainda haverá uma solenidade para anunciar a saída do delegado e quem assumirá, mas o assunto veio à tona na manhã desta segunda-feira (18) durante a assinatura do acordo de cooperação para a criação da Ficco (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado).
Durante discurso, o secretário estadual de justiça e segurança pública, Antônio Carlos Videira, aproveitou para se despedir de Mendonça e antecipar as boas-vindas a Carlos Henrique Cotta Dangelo, que assumirá a superintendência em Mato Grosso do Sul. Ele também participou do evento na manhã de hoje, mas por enquanto não está falando sobre o assunto publicamente, segundo a assessoria.
Força integrada - Um tipo de sala de controle foi montada dentro da Superintendência da Polícia Federal em Campo Grande para receber a recém criada Ficco. O grupo é formado por policiais federais, rodoviários federais, civis, militares, agentes de presídios de Mato Grosso do Sul e da União.
Representantes de todas as instituições participaram do assinatura do termo, entre eles o superintendente da PRF, João Paulo Pinheiro Bueno, o delegado-geral da Polícia Civil, Roberto Gurgel, o diretor da Penitenciária Federal, Bruno Araújo Lobo, o diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário, Rodrigo Rossi Maiorchini e coronel Anderson Luiz Alves Avelar, da Polícia Militar.
"A vaidade ainda dificulta o trabalho, por isso o projeto também terá resultados neste sentido", disse Agnaldo Mendonça, em referência à importância de evitar mal estar entre as polícias. "Integração, investimento e inteligência. Assim a gente reduz custos e aumenta eficiência", declarou o secretário Videira.
Entre os representantes do Ministério da Justiça na assinatura do termo de criação da Força, estava o chefe da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção, delegado Ricardo Andrade Saad. "Vamos focar no combate aos crimes violentos que abastecem o tráfico de drogas e armas. Existe uma preocupação muito grande em como as facções conseguiram se infiltrar no poder público, influenciando até na aprovação leis", declarou, reforçando ainda que a nova função do delegado Mendonça será importante para repassar informações sobre a fronteira à Força Integrada.
A Ficco já foi implementada em mais de 15 Estados do País e faz parte do Plano de Enfrentamento à Criminalidade Violenta do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O chefe da unidade em mato Grosso do Sul será o delegado da Polícia Federal, Leonardo de Souza Caetano Machado.
Recentemente, em 28 de novembro, ele deu uma entrevista ao Campo Grande News detalhando o funcionamento da Força: "É uma ação coordenada de combate a crimes violentos. No nosso Estado existe um presídio federal, já é um deferencial. Os presos trazidos para cá são integrantes de organizações, exercem liderança, temos que ficar atentos a penitenciárias".
"O objetivo é prender líderes e descapitalizar as organizações para não voltarem a financiar crimes", explicou o chefe da equipe, citando também a preocupação constante com a região próxima à Bolívia e ao Paraguai.
Estreia da Ficco - Na última sexta-feira (15), a força desencadeou a primeira operação em Mato Grosso do Sul. Chamada "Égide II", mirou esquema criminoso que consistia na remessa de armas e de drogas para o Rio de Janeiro. Além da lavagem do dinheiro obtido, que era gasto em imóveis de Campo Grande. Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão na capital sul-mato-grossense. Os endereços dos alvos não foram divulgados.
A 1ª fase da operação foi realizada há 6 anos para intensificar o combate ao tráfico de armas, drogas e produtos contrabandeados. As ações aconteceram em três etapas simultâneas: nas rodovias federais que cruzam estados de fronteira com a Bolívia, Paraguai e Argentina (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul); nos grandes corredores rodoviários (Goiás, São Paulo e Minas Gerais); e no Rio de Janeiro.
Na ocasião, um adicional de quase 500 agentes foi mobilizado para apoiar a operação, com o efetivo da PRF (Polícia Rodoviária) nestes estados. Na época, foram apreendidos 5 fuzis, 150 munições e 923 quilos de maconha, após uma perseguição de 50 quilômetros, entre os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro.
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