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Cidades

Denunciado alega insanidade e é excluído de denúncia da operação All In

Defesa de suspeito preso no Paraná solicitou testes para confirmar também sua dependência química e psicológica

Humberto Marques | 16/07/2019 17:30
Aviões encontrados em pista de Corumbá, que foi bloqueada na All In. (Foto: PF/Arquivo)
Aviões encontrados em pista de Corumbá, que foi bloqueada na All In. (Foto: PF/Arquivo)

Um dos denunciados na Operação All In, realizada pelo MPF (Ministério Público Federal) e Polícia Federal para desmantelar uma quadrilha especializada em tráfico de drogas, conseguiu ser excluído temporariamente do processo principal, que caminha para sentença na 3ª Vara Federal de Campo Grande, até que seja verificada dependência química e psicológica e insanidade mental.

A decisão foi publicada nesta terça-feira (16) no Diário de Justiça Federal, e determina a realização dos exames médico pericial do suspeito –que atualmente está preso na Casa de Custódia de Londrina (PR). A solicitação do exame toxicológico vai ao encontro de suspeitas levantadas na All In, de que o grupo criminoso usava nomes de laranjas para a compra de bens de luxo, sendo identificados, inclusive, moradores da Cracolândia, na capital paulista.

A defesa do investigado havia solicitado a realização dos exames, “considerando que o acusado faz uso contínuo de álcool e do entorpecente ‘crack’ há 15 anos”, anexando ao processo laudos da Prefeitura de Londrina e relatório de evolução clínica, que apontam o uso da droga pelo denunciado, “bem como sua condição de portador de transtorno bipolar”.

Diante da dúvida razoável sobre a sanidade mental do acusado, “e em face de potencial comprometimento de sua capacidade de entender o ilícito ou determinar-se conforme este entendimento”, optou-se pela aceitação da alegação. O processo foi suspenso apenas em relação a este suspeito –uma vez que a instrução do processo foi encerrada, com apresentação de alegações finais de outros réus, que estarão sujeitos à sentença.

“Aposto tudo” – A All In foi deflagrada em 28 de março de 2017 para investigar uma quadrilha que detinha patrimônio próximo a R$ 7,5 milhões. As investigações sobre tráfico e lavagem de dinheiro ocorreram em Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, com 18 ordens de prisão e 25 mandados de busca e apreensão.

Seis aeronaves e cinco imóveis –incluindo um aeródromo em Corumbá– e o bloqueio de 35 veículos e de valores em 68 conta bancárias também foram decretados. Envolveram, ainda, a apreensão de 800 kg de cocaína.

A quadrilha teria usado cerca de 30 pessoas como laranjas até mesmo sem seu conhecimento para o registro de bens. Frequentadores da cracolândia paulista foram identificados na lista –eles podem ter sido usados como “mulas” para o tráfico.

O esquema seria capitaneado pelo piloto Gerson Palermo, preso em Campo Grande e suspeito de já ter liderado uma facção criminosa. A PF aponta um esquema no qual membros da quadrilha eram registrados em empresas de outros integrantes do grupo, como forma de se manter as aparências.

“All In” é o nome no poker da aposta de todas as fichas em uma única jogada –a quadrilha teria entre suas práticas arriscar suas operações com o transporte de grandes quantidades de entorpecentes.

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