Em ato, estudantes do IFMS protestam contra corte R$ 16 milhões do Instituto
O corte para as universidades e institutos federais foram anunciados pelo MEC na última semana
Após o anúncio do corte de 30% na verba do IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul), cerca de 40 estudantes da instituição se reuniram em ato contra a medida na manhã desta segunda-feira (6). Vestidos de preto, em luto pelo IFMS, os estudantes gravaram um vídeo com a hashtag “tira a mão do meu IF”, que será postado na página do Grêmio Estudantil e do grupo de institutos federais de todo o país.
O corte para as universidades e institutos federais foram anunciados pelo MEC (Ministério da Educação) na última semana. Para o IFMS, o bloqueio do percentual significa corte de R$ 16,948 milhões dos R$ 40,356 milhões previstos na LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2019.
O representante do grêmio, o estudante do 5° semestre de mecânica, Lorran Kaique, de 17 anos, destacou que o ato faz parte de uma mobilização nacional. “É um protesto contra o corte no orçamento. Eu vejo que é um momento triste para o Brasil. A educação é único caminho e continuam cortando recuso”, lamentou o Kaique.
Apesar do bloqueio no custeio da instituição não atingir as ações de assistência estudantes, os estudantes temem por futuros cortes. Como é o caso da estudante do 6° semestre de informática, Mariana Victoria de Brito, de 18 anos, que depende de bolsas para continuar estudando. “É muito difícil ver esses cortes quando as coisas já estão complicadas”, afirma. Para a acadêmica, que vê o IFMS como uma casa, se os cortes continuarem não conseguirá terminar o curso.
“Tem muita gente que deseja estudar em uma escola de qualidade e não consegue e o IFMS dá essa oportunidade. Essa luta não sozinha. É uma luta dos servidores, professores, da gestão, é uma luta pelo Instituto”, defende Mariana.
Os estudantes ainda reclamaram que o corte deve refletir na situação do IFMS. “As coisas já estão difíceis porque com falta drenagem quando chove alaga, falta estrutura e não temos nem refeitório. E agora, as nossas reivindicações vão ficar mais difíceis”, aponta a estudante.
Outra reivindicação que deve ficar em segundo plano, segundo os estudantes é a quadra coberta. “Ninguém treina atletismo aqui, para isso temos que ir para outra escola para jogar vôlei. Muitas vezes tem que pagar quadra particular para treinar”, afirma a estudante do 7° semestre de informática, Amanda Araujo, de 17 anos. “Sempre participamos dos Jogos do IFMS e voltamos com e mesmo assim não conseguimos uma quadra coberta”.
Paralisação
Após o ato os estudantes realizarão uma assembleia na próxima quarta (8) para decidir a adesão à paralisação nacional contra os cortes no dia 15 de maio.