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Cidades

Em MS, 244 pessoas registraram em cartório o desejo de doar órgãos

Declaração está em vigor desde abril e, somente em Campo Grande, foram 170 formalizações

Por Kamila Alcântara | 03/11/2024 12:05
Página inicial do site para registrar a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (Foto: Juliano Almeida)
Página inicial do site para registrar a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (Foto: Juliano Almeida)

O desejo de ser um doador de órgãos já foi formalizado por 244 sul-mato-grossenses desde que a autorização passou a ser em cartório, no mês de abril. Deste total, 170 foram registrados em Campo Grande. Somente no mês de outubro, foram 70 formalizações em todo o Estado, 53 na Capital.

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Desde abril, 244 sul-mato-grossenses formalizaram o desejo de ser doadores de órgãos, com um aumento significativo de registros em outubro, especialmente em Campo Grande. A autorização é feita digitalmente através da Aedo (Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos), que registra a vontade do doador em uma base de dados acessada por profissionais de saúde. O presidente do CNB/MS destacou a importância de desmistificar tabus sobre o tema, enquanto a plataforma permite que os cidadãos escolham quais órgãos desejam doar. No Brasil, a demanda por rins é a mais alta, e muitos aguardam por transplantes, com milhares de mortes anuais devido à falta de doações.

A formalização pode ser feita em qualquer cartório de notas, por meio da Aedo (Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos). O documento traz a manifestação de vontade de doar os órgãos após a morte e fica registrada em uma base de dados acessada pelos profissionais da saúde. Eles terão em mãos a comprovação do desejo do falecido para apresentar à família, após o óbito.

Segundo o CNB/MS (Colégio Notarial do Brasil, Seção Mato Grosso do Sul), o aumento da procura está sendo gradativo, chegando ao último mês, que teve maior procura. Das 244 que manifestaram essa vontade, 170 são campo-grandenses.

Para o presidente da instituição, Elder Gomes Dutra, os números estão dentro do esperado e a tendência é maior crescimento conforme a divulgação. “É um ato de generosidade de cidadania, deixar a vontade escrita para orientar a família no processo de doação de órgãos após o falecimento”, destacou.

Ele completou dizendo que ainda é preciso desmistificar alguns tabus para que mais pessoas se coloquem à disposição. “O tema também não deixa de desenvolver ou apresentar um certo tabu pela sociedade brasileira, o que exige esclarecimento, conversas e uma maior elucidação acerca do assunto”, termina.

Para realizar a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos, o interessado preenche um formulário diretamente no site da Aedo, recepcionado pelo Cartório de Notas selecionado. Em seguida, o tabelião agenda sessão de videoconferência para identificar o interessado e coletar a sua manifestação de vontade.

O solicitante e o notário assinam digitalmente a Aedo, que fica disponível para consulta pelos responsáveis do Sistema Nacional de Transplantes. A plataforma está acessível 24 horas por dia, 7 dias por semana, de qualquer dispositivo com acesso à internet. É por esse sistema que o cidadão poderá escolher qual órgão deseja doar - medula, intestino, rim, pulmão, fígado, córnea, coração ou todos.

No Brasil, a maioria das pessoas na fila única nacional de transplantes aguarda a doação de um rim, seguido por fígado, coração, pulmão e pâncreas. Somente no ano passado, três mil pessoas faleceram por falta de doação de um órgão. Até abril, mais de 500 crianças aguardam por um novo órgão.

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