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Cidades

Estopim para a Omertá, ex-guarda municipal é nomeado em concurso

"Como está preso, não poderá assumir", afirma secretário estadual de segurança, Antonio Videira

Anahi Zurutuza e Helio de Freitas | 30/07/2020 16:17
Marcelo Rios (de camiseta preta) durante transferência para o Centro de Triagem, em 28 de maio de 2019 (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Marcelo Rios (de camiseta preta) durante transferência para o Centro de Triagem, em 28 de maio de 2019 (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Preso desde maio de 2019 e ocupando cela do Presídio Federal de Mossoró (RN) desde fevereiro desde fevereiro deste ano, Marcelo Rios foi nomeado agente penitenciário nesta quinta-feira (30).

Ele passou em concurso da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) de Mato Grosso do Sul, lançado em 2015 e concluído em 2019. Marcelo Rios ficou na 139ª posição dentre os candidatos, e foi um dos 262 nomeados hoje, conforme publicado no Diário Oficial do Estado.

O secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, afirma que a nomeação foi protocolar. “Apenas um protocolo face sua aprovação na fase do concurso, porém como está preso, não poderá assumir. Da mesma forma ainda que estivesse solto, responde a processo por crime e seria certamente reprovado na investigação social”.

O secretário informou ainda que “a Agepen está adotando as demais medidas administrativas legais que o impedirão de assumir caso venha a ser libertado”.

O então guarda municipal foi preso em maio do ano passado com arsenal, encontrado em uma casa no Jardim Monte Líbano, na Capital. Primeiro, Rios ficou no Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) e depois foi transferido para o Centro de Triagem Anízio Lima, no Jardim Noroeste.

No mês de junho, por motivo de segurança, foi incluído no sistema penitenciário federal, destinado a presos com alta periculosidade. A transferência foi para o Presídio Federal de Campo Grande, sendo o destino final Mossoró.

Rios é réu na ação por homicídio qualificado, que tramita na 2ª Vara do Tribunal do Júri, resultado das investigações da Omertà sobre a execução de Matheus Coutinho Xavier, filho do capitão reformado da PM (Polícia Militar). Paulo Roberto Teixeira Xavier. Segundo as acusações, o ex-guarda trabalhava para Jamil Name e Jamil Name Filho. Foi um dos responsáveis pela contratação dos pistoleiros, Juanil Miranda dos Santos e José Moreira Freires, que mataram por engano Matheus no lugar do pai.

Com a prisão, Rios foi demitido pela Guarda Civil Metropolitana de Campo Grande em setembro do ano passado.

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