"Pela última vez", juiz cobra defesas em processo por execução de Matheus
Aluízo Pereira dos Santos deu prazo de 5 dias para que advogados de ex-guarda e hacker apresentem alegações finais
O juiz Aluízo Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal de Júri, deu prazo de 5 dias, a contar a data da intimação, para que as defesas do ex-guarda municipal Marcelo Rios e de Eurico dos Santos Mota, 28 anos, apontado pela Operação Omertà como o hacker que ajudou pistoleiros a monitorar alvo de execução, apresentem as alegações finais. Depois deste passo, o magistrado pode marcar o julgamento de parte dos réus acusados de executar por engano o estudante Matheus Coutinho Xavier.
Em despacho feito ontem, o juiz negou pedido dos advogados de Rios para que apresentassem a última manifestação em nome do cliente nos autos já desmembrados do processo, uma vez que a Justiça decidiu julgar separado os dois pistoleiros acusados de matar Matheus estão foragidos.
Para Pereira dos Santos, a defesa do ex-guarda municipal está agindo para atrasar o julgamento do cliente, uma vez que já havia tido dois prazos para fazer a alegações finais. O magistrado negou o pedido de Márcio de Campos Widal Filho e Nayara Crislayne Andrade Neves dando o prazo para a argumentação, “pela última vez”, ressaltou.
Já a defesa de Eurico foi intimada junto porque também não fez ainda a última manifestação no processo.
Trâmitação - Matheus, de 20 anos, foi vítima de engano. As investigações da Operação Omertà mostraram que dois pistoleiros, identificados como José Moreira Freires e Juanil Miranda Lima, mataram o rapaz no lugar do pai dele, o capitão reformado da Polícia Militar Paulo Roberto Teixeira Xavier.
São réus pelo crime sete acusados, todos apontados como integrantes de grupo de extermínio alvo da força-tarefa, deflagrada em setembro de 2019, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) e pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros).
A denúncia da morte de Matheus foi a primeira derivada das investigações da operação. No dia 28 de maio, o juiz decidiu desmembrar o processo. Dessa forma, a ação principal segue tramitando para cinco réus, denunciados como responsáveis pela encomenda da execução e pela intermediação do crime. Já outro processo, contendo as denúncias contra os assassinos de aluguel, fica parado até que os foragidos sejam presos.