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Cidades

Ladário e Porto Murtinho têm maior risco racionamento de água em MS

Porto Murtinho e Ladário podem sofrer com crise hídrica; situação na Capital é mais confortável

Nyelder Rodrigues e Gabriela Couto | 03/09/2021 11:45
Vista aérea de Porto Murtinho, uma das cidades que pode ser afetada com desabastecimento de água. (Foto: Divulgação/Governo MS)
Vista aérea de Porto Murtinho, uma das cidades que pode ser afetada com desabastecimento de água. (Foto: Divulgação/Governo MS)

Ladário e Porto Murtinho - cidades localizadas, respectivamente, a 419 e 431 km de Campo Grande - podem enfrentar problemas de abastecimento de água em breve, devido a grave seca atravessada por todo o Mato Grosso do Sul. A revelação foi feita nesta manhã, pelo secretário estadual Jaime Verruck.

Chefe da pasta de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Verruck participa de evento do Sebrae, que inaugura nova unidade em Campo Grande, no Bairro Nova Lima - na Rua Jerônimo de Albuquerque.

"A crise hídrica é no país. Esse é um ponto a se destacar. A região do Rio Paraná já apresenta a maior crise dos últimos 91 anos. Na região do Rio Paraguai, acontece da mesma forma. É uma situação a qual o Brasil passa", comenta o secretário.

Verruck prossegue ainda afirmando que há indicadores apontando que a recomposição dos reservatórios deve ser lenta e ocorrer apenas a longo prazo, o que gera uma preocupação para que sejam adotadas medidas de contingenciamento.

"Não há perspectiva de recomposição a curto prazo, então, é preciso adotar medidas de racionamento imediatas, tanto no consumo de água, como de energia. Precisamos conscientizar que se deve reduzir esse consumo. Já estamos com medidas de contingenciamento no abastecimento urbano, por exemplo", frisa.

O chefe da pasta estadual ainda revela que cidades como Ladário e Porto Murtinho, que ficam às margens do Rio Paraguai, podem passar por racionamento em breve, mas descarta que isso seja necessário em Campo Grande, já que a maioria da água captada na cidade para consumo, vem de fontes subterrâneas.

Exportações e mais - Além do impacto no cotidiano das cidades, Verruck comentou sobre como a seca interfere na economia e demais usos da água no Estado. "O Rio Paraguai está praticamente inviável para uso nas exportações".

Um dos motivos apontados pelo secretário para isso, é que a seca se estende há três anos, com variedade de intensidade, não havendo a recomposição necessária dos níveis dos rios. "A régua que mede o volume do Rio Paraguai está abaixo do que estava no ano passado. Isso tem consequência também na reprodução dos peixes".

Do outro lado de Mato Grosso do Sul, no leste do Estado, Verruck ainda aponta que por causa da necessidade de água para realizar a geração de energia elétrica nas hidrelétricas da bacia, já foi suspensa a navegação na região e a irrigação de plantações também deve ser cortada em breve.

Perto do zero - Conforme os dados do Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, subgrupamento da Marinha, o nível do Rio Paraguai, em Ladário, está em apenas 13 cm, o menor do ano. No ano passado, o nível era de 68 cm nesta mesma data.

A título de comparação, em 2016, em 3 de setembro, a marca em Ladário era de 3 metros e 2 centímetros. No ano seguinte, o volume ficou em 3 metros e 92 cm, subindo para 4,20 metros em 2018. Por fim, em 2019, o nível foi de 3,26 metros.

Já em Porto Murtinho, hoje, a régua do local constata nível na casa dos 1,40 metros, número que no ano passado estavam em 2,06 m, em 3 de setembro de 2020, 4,22 m, em 2019, 6,13 metros, em 2018, 5,06 m, em 2017 e 4,19, em 2016.

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