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Cidades

Mais de 40% das casas no MS são formadas apenas por moradores negros

Levantamento mostra crescimento na proporção de domicílios exclusivamente negros

Por Guilherme Correia e Murilo Medeiros | 29/03/2025 12:12
Mais de 40% das casas no MS são formadas apenas por moradores negros
Bruna (esq) e Cristina (dir) falam do orgulho e da autodeclaração negra, fatos que fizeram diferença na pesquisa (Foto: Paulo Francis)

O número de residências compostas apenas por pessoas negras cresceu entre 2012 e 2023 em Mato Grosso do Sul. De acordo com um estudo do Cedra (Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais), lares exclusivamente negros passaram a representar 40,8% do total no Estado, enquanto a proporção de domicílios mistos apresentou queda no mesmo período.

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O número de lares formados exclusivamente por pessoas negras em Mato Grosso do Sul aumentou para 40,8% entre 2012 e 2023, segundo estudo do Cedra baseado na Pnad Contínua do IBGE. O crescimento está ligado à maior autodeclaração de pretos e pardos e políticas de conscientização racial. Apesar disso, a renda média nesses lares ainda é menor que nos lares sem negros. Em 2023, 64,2% dos domicílios com renda de até um salário mínimo tinham responsáveis negros, enquanto lares com renda superior eram majoritariamente brancos (55,8%).

Os dados são baseados na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e indicam mudanças na composição dos lares sul-mato-grossenses nos últimos dez anos.

Em 2023, segundo o levantamento, havia 419,5 mil domicílios compostos exclusivamente por pessoas negras em Mato Grosso do Sul.

Ao longo do período analisado, a proporção desses lares aumentou, enquanto os domicílios mistos passaram de 297,5 mil para 297,5 mil, e os lares sem moradores negros somavam 309,6 mil.

Para Cristina Lopes, diretora executiva do Cedra, o crescimento dos lares exclusivamente negros está relacionado ao aumento da autodeclaração de pessoas pretas e pardas. "O fortalecimento das políticas de conscientização racial e o reconhecimento da identidade negra têm influenciado essa mudança.”

Além disso, o estudo também aponta a desigualdade econômica entre os diferentes tipos de domicílios. Em lares exclusivamente negros, a renda média por morador em 2023 ainda representava uma parcela menor do que a dos lares sem pessoas pretas ou pardas. Apesar de uma leve melhora na última década, a diferença continua significativa.

O levantamento destaca que 64,2% dos domicílios em que a renda média por morador era de até um salário mínimo tinham responsáveis negros. Já entre os lares onde a renda média por morador superava um salário mínimo, os brancos eram maioria, representando 55,8% do total.

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