Comunidades quilombolas são tomadas por cinema negro
Projeto idealizado pelo grupo TEZ irá garantir exibições neste domingo (9) para Furnas do Dionísio
Comemorando seus 40 anos de existência, o grupo TEZ (Trabalhos Estudos Zumbi) tem levado produções do cinema negro para comunidades quilombolas e reforçar suas potencialidades. Intitulado “Olubayo” (na língua iorubá significa maior alegria), o projeto fará sua próxima atividade neste domingo (9), na comunidade Furnas do Dionísio, em Jaraguari.
Antes de seguir para a comunidade rural, a equipe já fez sua estreia em Bonito e explicou como o objetivo é compartilhar a magia do cinema ao mesmo tempo que proporciona momentos de reflexão e conexão com a ancestralidade.
Durante as sessões, cinco curtas-metragens são exibidos, todos assinados por cineastas negros e que trazem temas vinculados à identidade, resistência e valorização da cultura afro-brasileira.
Na lista estão “Fábula da Vó Ita”, de Joyce Prado; “Bonita”, de Mariana França; “Luzes Debaixo”, de Tero Queiroz; “Águas”, de Raylson Chaves; e “Jardim de Pedra – Vida e Morte de Glauce Rocha”, de Daphyne Schiffer.
Sobre a importância do evento, a professora Jaqueline Santos, que mora no distrito Águas de Miranda, destacou o protagonismo dado às comunidades negras.
Olha, eu fiquei muito feliz com os filmes que recebemos e o papel dos cineastas negros. Estamos num momento muito fértil, na construção de uma narrativa e de uma identidade que também retrata o pensamento dos cineastas. Acho isso importante. E, nessa construção, fortalecer a identidade e a resistência também na comunidade quilombola. A comunidade precisa fazer um link com a sua realidade, porque essa realidade também tem que ter resistência, ancestralidade e representatividade. Na verdade, tudo isso fortalece a identidade da população negra, da população quilombola”, explica a professora.
Para além das exibições, os eventos também contam com debates ao final de cada sessão, uma forma de trocar experiências e criar reflexões sobre os temas.
Diretor de um dos filmes, Raylson Chaves é o responsável pelo curta “Águas” e explica que poder levar seus filmes às comunidades quilombolas é reafirmar que o cotidiano tem importância e está cheio de histórias.
“Possibilitar que as pessoas vejam a Dona Janice romper com a ideia de que mulheres negras precisam se dedicar ao trabalho incansavelmente é potente e transgressora. Quando nossas histórias são feitas por nós, criamos caminhos possíveis para todos os corpos negros”, pontua Raylson.
Idealizado pelo Coletivo Tez, o projeto Olubayo conta com financiamento da Lei Paulo Gustavo, do MinC - Ministério da Cultura, Governo Federal, com apoio da FCMS - Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, da Setesc, Governo do Estado. Acompanhe a iniciativa pelo Instagram (@olubayo_cinemanegro).
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