ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
FEVEREIRO, SEGUNDA  10    CAMPO GRANDE 20º

Diversão

Comunidades quilombolas são tomadas por cinema negro

Projeto idealizado pelo grupo TEZ irá garantir exibições neste domingo (9) para Furnas do Dionísio

Por Aletheya Alves | 09/02/2025 07:59
Comunidades quilombolas são tomadas por cinema negro
Exibição de filme em Bonito durante o projeto do grupo TEZ. (Foto: Divulgação)

Comemorando seus 40 anos de existência, o grupo TEZ (Trabalhos Estudos Zumbi) tem levado produções do cinema negro para comunidades quilombolas e reforçar suas potencialidades. Intitulado “Olubayo” (na língua iorubá significa maior alegria), o projeto fará sua próxima atividade neste domingo (9), na comunidade Furnas do Dionísio, em Jaraguari.

Antes de seguir para a comunidade rural, a equipe já fez sua estreia em Bonito e explicou como o objetivo é compartilhar a magia do cinema ao mesmo tempo que proporciona momentos de reflexão e conexão com a ancestralidade.

Durante as sessões, cinco curtas-metragens são exibidos, todos assinados por cineastas negros e que trazem temas vinculados à identidade, resistência e valorização da cultura afro-brasileira.

Na lista estão “Fábula da Vó Ita”, de Joyce Prado; “Bonita”, de Mariana França; “Luzes Debaixo”, de Tero Queiroz; “Águas”, de Raylson Chaves; e “Jardim de Pedra – Vida e Morte de Glauce Rocha”, de Daphyne Schiffer.

Sobre a importância do evento, a professora Jaqueline Santos, que mora no distrito Águas de Miranda, destacou o protagonismo dado às comunidades negras.

Olha, eu fiquei muito feliz com os filmes que recebemos e o papel dos cineastas negros. Estamos num momento muito fértil, na construção de uma narrativa e de uma identidade que também retrata o pensamento dos cineastas. Acho isso importante. E, nessa construção, fortalecer a identidade e a resistência também na comunidade quilombola. A comunidade precisa fazer um link com a sua realidade, porque essa realidade também tem que ter resistência, ancestralidade e representatividade. Na verdade, tudo isso fortalece a identidade da população negra, da população quilombola”, explica a professora.

Para além das exibições, os eventos também contam com debates ao final de cada sessão, uma forma de trocar experiências e criar reflexões sobre os temas.

Diretor de um dos filmes, Raylson Chaves é o responsável pelo curta “Águas” e explica que poder levar seus filmes às comunidades quilombolas é reafirmar que o cotidiano tem importância e está cheio de histórias.

“Possibilitar que as pessoas vejam a Dona Janice romper com a ideia de que mulheres negras precisam se dedicar ao trabalho incansavelmente é potente e transgressora. Quando nossas histórias são feitas por nós, criamos caminhos possíveis para todos os corpos negros”, pontua Raylson.

Idealizado pelo Coletivo Tez, o projeto Olubayo conta com financiamento da Lei Paulo Gustavo, do MinC - Ministério da Cultura, Governo Federal, com apoio da FCMS - Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, da Setesc, Governo do Estado. Acompanhe a iniciativa pelo Instagram (@olubayo_cinemanegro).

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.

Nos siga no Google Notícias