Meio Ambiente quer usar 20 mil litros de retardante polêmico em MT
Produto químico que reduz processo de combustão vem sendo usado no combate a incêndio de áreas federais

Não regulamentado, produto químico que desacelera o processo de combustão vai ser adquirido, sem licitação, pelo Governo Federal para conter o fogo em parques do Mato Grosso. Matéria do Jornal O Estado de São Paulo revela que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, orientou a compra de 20 mil litros de retardante, cujo uso é questionável, já que não se conhece exatamente os riscos ao meio ambiente.
Segundo a reportagem, o contrato em regime de urgência para compra do produto foi elaborado pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), mesmo órgão que avalia que o composto químico pode ser prejudicial, já que após seu uso, é recomendado que não seja feito consumo, por 40 dias, de água, pescados, carnes de caça e frutas e vegetais na área que foi exposta ao retardante.
A recomendação é da Coordenação de Avaliação Ambiental de Substâncias e Produtos Perigosos do Ibama, de julho de 2018, que prevê o uso desse tipo de produto apenas em situações extremas de fogo.
A reportagem informa ainda que o custo total do retardante pretendido é de R$ 684 mil e será fornecido pela empresa Rio Sagrado Industrial Química. Mesma companhia que, nesta semana, fez uma doação de mil litros do retardante usado na Chapada dos Veadeiros, em Goiás.
“No último dia 11, em pleno domingo, a Procuradoria Federal Especializada do Ibama deu parecer favorável à compra em regime de urgência. No dia 8 de outubro, outro parecer, dessa vez da Diretora de Qualidade Ambiental do órgão, também deu sinal positivo”, diz trecho da matéria.
O produto a ser adquirido deverá ser entregue pela empresa em até 48 horas após assinatura do contrato para ser usado, metade no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, no município de Chapada dos Guimarães (MT) e outros dez mil devem ser enviados para a Estação Ecológica da Serra das Araras, em Cáceres, também no Mato Grosso. Ambos gerenciados pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Biodiversidade).