"Nem a pé conseguimos andar", diz morador sobre rua intransitável

Situação piorou com as últimas chuvas, quando enxurada agravou erosões imensas

Por Murilo Medeiros | 29/04/2025 08:10

"Nem a pé conseguimos andar", diz morador sobre rua intransitável — Rua Salomão Abdalla, no Bairro Itamaracá, onde deve chegar o novo acesso às Moreninhas (Foto: Marcos Maluf)

Moradores da Rua Salomão Abdalla, no Bairro Itamaracá, em Campo Grande, precisam improvisar rotas alternativas pela calçada ou por terrenos particulares. “Tenho que passar pelo terreno da vizinha para entrar em casa, porque pela rua, realmente, está impossível de entrar”, relata Ramão Benites, armador de 53 anos.

Moradores da Rua Salomão Abdalla, no Bairro Itamaracá, em Campo Grande, enfrentam dificuldades de acesso devido às más condições da via. A rua, que não é pavimentada, tornou-se intransitável após as chuvas, com erosão e buracos dificultando a passagem de veículos e pedestres. Moradores relatam a necessidade de improvisar rotas alternativas, passando por terrenos baldios ou calçadas. A situação prejudica a rotina dos moradores, que têm dificuldades para entrar e sair de casa, além de impedir a passagem de serviços essenciais, como a coleta de lixo. A expectativa é que a rua seja asfaltada como parte da segunda etapa do projeto de pavimentação das Moreninhas. A prefeitura foi contatada e ainda não se manifestou sobre o problema.

Em área residencial, com cerca de 1 km de extensão, a rua começa na Avenida Guaicurus e vai até a margem da BR-262. A via não é pavimentada e o tráfego de carros, que é difícil até a metade da rua, torna-se impossível a partir da Rua Carlota Massa Farina, que é a parte com maior declive e onde a força da água criou crateras. O efeito da enxurrada também deixou exposta a tubulação de adutora do sistema de abastecimento de água.

“Aqui ainda dá para trafegar, mas não tem condições lá pra baixo”, conta Claudia Barbosa, 53, autônoma. A enxurrada, que vem das Avenidas Rita Vieira de Andrade e Guaicurus, causou erosão e rebaixou o nível da rua em relação às casas. “Eu já não consigo mais entrar e sair da minha garagem pela rua, tenho que passar em cima da calçada. Outros motoristas começaram a fazer isso também e não tem como impedir”.

Ramão Benites mora no trecho mais prejudicado da Rua Salomão Abdalla. “Está terrível, situação de abandono. Já moro aqui há uns 30 anos, mas dessa vez a rua está intransitável, nem a pé se conseguimos andar”. Ele precisa passar pelo terreno ao lado, que não está edificado, para chegar em casa.

Outra moradora, a aposentada Sueli Rocha, de 68 anos, saía de casa pela manhã para esperar um carro de aplicativo. “Vou ter que ir até a rua de cima, porque aqui não vem carro, nem o lixeiro passa aqui”. O coletor de lixo precisa recolher o material na mão e levar até à rua mais próxima.

A expectativa de quem mora por lá é que a Rua Salomão Abdalla seja asfaltada, como segunda etapa do projeto que levou pavimento às Moreninhas. Os moradores ainda convivem com uma possível desapropriação de imóveis para a passagem de uma avenida, que vai dar novo acesso ao Conjunto Moreninhas.

“Parece que o asfalto vai chegar aqui, porque já concluiu nas Moreninhas e aqui é a segunda etapa, mas até agora nada. Fica uma situação muito complicada”, diz Claudia Barbosa. Já Ramão Benites não entende porque a obra ainda não começou. “Esperamos asfaltar aqui. Está certo, está chovendo, mas não chove o tempo todo, não chove o ano inteiro. E já tem mais de um ano nessa situação”.

Ao Campo Grande News, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou que "iniciou dias atrás o patrolamento e cascalhamento de ruas não pavimentadas no Jardim Itamaracá, mas o serviço teve que ser interrompido por causa das fortes chuvas da semana passada. Assim que o tempo melhorar os trabalhos serão retomados".