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Política

Guerra de moções gera bate-boca e sessão é suspensa na Assembleia

O assunto envolveu a manifestação do MST e a atuação da Polícia Militar

Por Maristela Brunetto e Fernanda Palheta | 29/04/2025 11:10

RESUMO

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A sessão da Assembleia Legislativa foi interrompida após intenso bate-boca entre deputados sobre a atuação da Polícia Militar em protestos do MST. O deputado João Henrique Catan (PL) defendeu moção de aplausos à PM, enquanto Zeca do PT (PT) propôs repúdio à intervenção policial. A tensão aumentou com discussões sobre bloqueios em rodovias e protestos pós-eleições de 2022. O debate acalorado levou à suspensão da sessão para acalmar os ânimos.



O início da sessão desta manhã da Assembleia Legislativa ficou tenso e ela precisou ser interrompida para os deputados acalmarem os ânimos após guerra de moções e bate-boca sobre atos do MST (Movimento dos Sem-Terra) e a intervenção da Polícia Militar nos últimos dias. A “treta” começou após o deputado João Henrique Catan (PL) defender uma moção de aplausos à Tropa de Choque da PM na atuação durante remoção de famílias sem-terra que queriam se estabelecer em uma fazenda no Distrito de Panamabi, em Dourados, no final de semana. A informação veiculada foi que o grupo pretendia se instalar em uma fazenda pertencente ao Grupo JBS, mas depois decidiu deixar o local espontaneamente após conversa com autoridades e a presença de policiais.

Na sequência, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, defendeu o oposto, uma moção de repúdio. A tensão escalou quando veio a defesa de nova moção de repúdio, esta de Carlos Alberto David dos Santos, o Coronel David (PL), contra bloqueio realizado ontem na BR-060, entre Campo Grande e Sidrolândia, por sem-terra reivindicando reforma agrária.

Vários deputados pediram para assinar o documento, entre eles Neno Razuk, Pedro Pedrossian Neto e Márcio Fernandes, desencadeando sequência de falas sobrepostas, algumas fora dos microfones. David pontuou que o protesto gerou transtornos e a petista Gleice Jane questionou, sem usar o microfone, se havia defesa do mesmo rigor da PM em relação aos protestos após as eleições de 2022, com acampamento em frente aos quarteis na Capital.

David argumentou que a PM agia na legalidade. Zeca rebateu, dizendo que se tratava de balela a defesa de que não teria havido necessidade de intervenção no acampamento em frente ao CMO, já que houve transtornos e até churrascos, sendo que “a droga da polícia não fez absolutamente nada”, enfatizando a palavra droga. Disse que não houve ordem do Executivo para intervenção. Foi a deixa para subir o tom.

David rebateu dizendo que droga era o partido de Zeca, o PT, “droga é o senhor”. Novamente vieram falas sobrepostas e críticas entre parlamentares, pedidos para discursar ao mesmo tempo. No meio da cena, Pedro Kemp (PT) defendeu que os debates deveriam ocorrer adiante, no chamado grande expediente; que aquela hora, do pequeno expediente, devia ficar reservada para requerimentos, pedidos.

Catan manteve o assunto, dizendo que queria rebater fala de Jane, sobre os protestos na Capital após as eleições de 2022. Disse que foram apenas canteiros ocupados e não propriedades privadas e que nunca houve com a esquerda a severidade em punições como as aplicadas aos réus do 8 de Janeiro, após a depredação de prédios na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Chegou a dizer que deveria haver a mesma regra e defendeu prisão de membros do MST.

Kemp, então, tentou intervir e o debate sobre quem poderia falar envolveu vários deputados e ficou tenso, a ponto de Renato Câmara, na presidência, decidir cortar os microfones e suspender a sessão por alguns minutos para os parlamentares acalmarem os ânimos. Na retomada dos trabalhos, os parlamentares do PL se ausentaram da sessão.

Guerra de moções gera bate-boca e sessão é suspensa na Assembleia
Parlamentares discutiram esta manhã sobre atuação da PM e protestos do MST (Foto: Fernanda Palheta)

As moções- Catan defendeu o aplauso à atuação da PM no Distrito de Panambi, porque a operação, “conduzida com organização, respeito à ordem pública e cumprimento das diretrizes legais, foi essencial para garantir a segurança da população e a integridade do local, cumprindo com o dever da preservação e reestabelecimento da ordem e do patrimônio.”

David pediu repúdio ao protesto do MST alegando que “bloquear a rodovia é considerado criminoso, pois retira o direito de ir e vir dos cidadãos de bem, prejudicando a todos que dependem da livre circulação para trabalhar, estudar e viver com dignidade.”

Já Zeca, ao repudiar a intervenção policial, sustenta que o protesto foi um ato legítimo. “Em um país desigual, lutar por um pedaço de terra para produzir alimentos, passou a ser caso de polícia.”

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