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Interior

Gaeco denuncia 10 por fraude em merenda e quer R$ 22 milhões de indenização

A operação contra servidoras e empresários foi deflagrada em 18 de fevereiro

Por Aline dos Santos | 29/04/2025 12:09
Gaeco denuncia 10 por fraude em merenda e quer R$ 22 milhões de indenização
Dinheiro apreendido pelo Gaeco em casa de servidora. (Foto: Reprodução)

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) denunciou dez pessoas por organização criminosa na operação Malebolge, que apurou fraudes em licitações na Prefeitura de Água Clara, a 193 km de Campo Grande. A ação foi em 18 de fevereiro.

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O Gaeco denunciou dez pessoas por organização criminosa em uma operação que investigou fraudes em licitações na Prefeitura de Água Clara, relacionadas à merenda escolar. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul solicita uma indenização de R$ 22 milhões, sendo metade por prejuízos ao município. Os crimes incluem organização criminosa, fraude à licitação e corrupção, ocorrendo entre 2022 e 2025. Servidores públicos são suspeitos de manipular licitações para beneficiar empresas, resultando em lucros ilícitos e pagamento de propinas. O processo está em andamento na Vara Única de Água Clara.

Os denunciados são Adão Celestino Fernandes (administrador de empresas), Adriana Rosimeire Pastori Fini (ex-secretária de Educação), Ana Carla Benette (servidora pública), Denise Rodrigues Medis (ex- secretária de Finanças), Ícaro Luiz de Almeida Nascimento (empresário), Jânia Alfaro Socorro (servidora pública), Kamilla Zaine dos Reis Santos Oliveira (servidora pública), Leonardo Antônio Siqueira Machado (empresário), Mauro Mayer da Silva (empresário) e Valmir Deuzébio (comerciário).

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) também pede indenização de, no mínimo, R$ 22 milhões. Sendo metade pelos prejuízos ao município e os outros R$ 11 milhões por danos materiais coletivos.

Conforme o documento, restaram comprovados os crimes de organização criminosa, fraude à licitação, peculato (desvio de bens ou dinheiro público), corrupção passiva, corrupção ativa, falsidade documental e uso de documento falso. A situação perdurou de 2022 a 2025.

Servidoras da pasta de Educação são suspeitas de fraudarem o caráter competitivo das licitações, direcionando os certames para beneficiar empresas. A falcatrua era feita por meio da elaboração de editais e por meio de simulação de competição legítima. As compras eram de merenda.

Gaeco denuncia 10 por fraude em merenda e quer R$ 22 milhões de indenização
Na gaveta da mesa de trabalho de Denise, a operação apreendeu R$ 2.500. (Foto: Reprodução)

Em seguida, “os empresários se apropriam indevidamente dos valores correspondentes aos itens não fornecidos, obtendo lucros ilícitos, que são parcialmente utilizados para o pagamento de propina aos servidores públicos corrompidos, em um sistema que se retroalimenta”.

Na casa de Ana Carla, foram encontrados R$ 9 mil (em notas de R$ 100), mas a servidora tem remuneração de cerca de R$ 4.500. Na gaveta da mesa de trabalho de Denise, a operação apreendeu R$ 2.500.

O processo tramita na Vara Única de Água Clara. Na última sexta-feira (dia 25), o juiz Cesar David Maudonnet determinou prazo de dez dias para que os denunciados apresentem defesa.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Mauro Mayer da Silva e Valmir Deuzébio, que não quis se manifestar

Termo que dá nome à operação, Malebolge é uma referência à Divina Comédia, obra clássica de Dante Alighieri, que descreve a jornada de um homem pelos reinos do inferno, purgatório e paraíso. Dentro do inferno, o Malebolge é a região onde os fraudadores e corruptos são punidos de acordo com a gravidade de seus pecados.

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