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Cidades

MP cobra mais transparência à rede ligada ao Hospital de Câncer da Capital

A instituição e a rede recebem recursos públicos para atender os pacientes

Por Cassia Modena | 05/07/2024 08:59
Fachada do Hospital de Câncer Alfredo Abrão, onde está instalada a Rede Feminina de Combate ao Câncer (Foto: Arquivo)
Fachada do Hospital de Câncer Alfredo Abrão, onde está instalada a Rede Feminina de Combate ao Câncer (Foto: Arquivo)

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu à Rede Feminina de Combate ao Câncer, ligada ao Hospital de Câncer Alfredo Abrão, que adote medidas para aumentar a transparência. A instituição fica em Campo Grande e atende pacientes de todo o Estado, a maioria (99%) pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

Entre as recomendações está criar um Portal da Transparência próprio; tornar públicos os contratos firmados; demonstrar ter controle patrimonial; e seguir passo a passo regras que ajudam a fazer a melhor escolha e conseguir o melhor preço nas compras feitas.

A Fundação Carmen Prudente, que administra o hospital, é uma organização do terceiro setor que recebe recursos públicos para manter as atividades. Entram em conta também doações de pessoas físicas e empresas. É função do MPMS fiscalizar a aplicação apenas dos repasses públicos.

Fachada da casa de apoio mantida pela Rede Feminina de Combate ao Câncer (Foto: Divulgação)
Fachada da casa de apoio mantida pela Rede Feminina de Combate ao Câncer (Foto: Divulgação)

A Rede Feminina de Combate ao Câncer de Campo Grande está sediada dentro do Hospital de Câncer. De acordo com o site da organização, ela ajuda na humanização dos atendimentos com voluntárias, faz campanhas beneficentes e administra uma casa de apoio onde pacientes que não moram na Capital podem ficar durante o tratamento.

Em nota, a assessoria de imprensa da rede informou que já realiza "pesquisas e cotações para realizar as aquisições de bens e serviços, prezando pela economia e melhor serviço, produto" e que uma aba específica com título "Portal da Transparência" será implementada ao site redefemininacgms.org.br para disponibilizar de forma digital e aberta as informações, como pediu o MPMS.

Quanto ao controle patrimonial recomendado, a rede informou que ele também já existe e será inserido no portal. "Recebemos e respeitamos as recomendações e iremos acatá-las, apresentando-as formalmente dentro dos prazos apontados. Esclarecemos que a maioria delas estão dentro das normas e são cumpridas integralmente, sendo a publicidade geral das mesmas através do portal", finalizou a nota.

Em abril deste ano, o MPMS cobrou o Hospital de Câncer Alfredo Abrão, em Campo Grande, de manter um sistema interno de controle de contas totalmente integrado ao Ministério da Saúde, já que os dados do hospital estavam sendo lançados no sistema federal manualmente, o que implica em "retrabalho e possíveis erros", destacou o órgão.

Relembre a Máfia do Câncer - Há mais de 20 anos, o Hospital de Câncer Alfredo Abrão foi alvo da operação da Polícia Federal Máfia do Câncer e seus ex-diretores acusados de desvio de verba pública enviada para o tratamento da doença, estelionato e associação criminosa.

Os crimes prescreveram. Nesta semana, a juíza da 4ª Vara Criminal da Justiça Estadual, May Melke Siravegna, encerrou ação penal que corria contra o médico e ex-dirigente da instituição, Adalberto Siufi e outras duas pessoas, Blener Zan e Luiz Felipe Terrazas Mendes, pelo suposto desvio de recurso público e os demais crimes relacionados ao trio. A defesa entrou com o pedido apontando que o tempo transcorreu sem que o processo fosse sentenciado.

Matéria editada às 9h34 para acrescentar nota da assesoria de imprensa da rede.

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