Promotores de eventos são acusados de golpes de quase meio milhão
Ao todo, sete vítimas já procuraram a delegacia para registrar boletim de ocorrência contra os suspeitos
Elysnara Pereira da Silva, Vilson Luis Vieira e Noemia Alves de Souza da Silva, organizadores de eventos no estado de Santa Catarina, estão sendo denunciados por aplicar um golpe de quase meio milhão de reais. Até o momento, sete vítimas registram boletim de ocorrência contra o trio, sendo que duas delas são de Campo Grande.
RESUMO
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Elysnara Pereira da Silva, Vilson Luis Vieira e Noemia Alves de Souza da Silva, organizadores de eventos em Santa Catarina, são acusados de um golpe que vitimou pelo menos sete pessoas, causando um prejuízo estimado em R$ 400 mil. As vítimas, que contrataram os serviços da empresa Ellys Festas e Eventos, relatam terem perdido contato com os organizadores após efetuarem os pagamentos, que eram feitos em contas de Elysnara, seu marido e sua mãe. Entre os casos, estão o de um casal que pagou R$ 17 mil por um casamento e o de pais que perderam R$ 15 mil em uma festa de formatura. A denúncia busca localizar os responsáveis e recuperar os valores perdidos.
Conforme o advogado de 38 anos, que prefere não se identificar, ele e a esposa, pediatra de 36, moradores de Campo Grande, o casamento deles está marcado para acontecer em março de 2025, na cidade de Florianópolis. Ao todo, o casal pagou aos golpistas R$ 17 mil. O contrato, segundo a vítima, foi fechado após muitas pesquisas e boas referências da empresa que leva o nome de Ellys Festas e Eventos.
“Estávamos procurando uma empresa que realizasse casamentos em Florianópolis e encontramos a Ellys, ela era de Campo Grande e estava atuando em Santa Catarina desde 2019. Buscamos referências com prestadores de serviços e fechamos com ela em julho deste ano”, contou o advogado.
A vítima revelou que no mês passado entrou em contato com Elysnara para marcar uma reunião presencial no espaço onde o casamento ocorreria e percebeu que as mensagens enviadas ao número dela não eram recebidas e nem as ligações foram atendidas. “Os perfis dela no Instagram e Facebook foram bloqueados e não existem mais”, informou. Sendo assim, no dia 27 de novembro ele registrou boletim de ocorrência de estelionato, na Delegacia de Polícia Virtual de Santa Catarina.
O advogado esclareceu também que a cerimonialista parceira da empresa o procurou, informando que também havia perdido contato com a empresa. “Outros fornecedores também disseram que ela sumiu. Foram à casa dela e não encontraram. Dias antes de ela sumir, nos ofereceu descontos para antecipar pagamentos, achamos estranho e não pagamos, mas algumas pessoas anteciparam”, relatou.
As vítimas dos organizadores criaram um grupo no WhatsApp e, contando com o valor que cada um perdeu, o prejuízo total já chega a R$ 400 mil. Além disso, mais pessoas estão comentando terem caído no golpe em uma publicação do Instagram Floripa Mil Grau.
O CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) da empresa de Elysnara é no nome do marido dela, Vilson Luis, no entanto, a mãe dela, Noemia também recebia pagamentos via Pix em sua conta. “A chave Pix dela é o número do celular, eu liguei, ela confirmou que emprestou a conta, mas disse estar surpresa de saber do golpe porque a filha é trabalhadora”. A mulher mora no Bairro Tiradentes, em Campo Grande.
O intuito do advogado com a denúncia a exposição na mídia é conseguir informação do paradeiro do grupo. “Queremos conseguir diminuir o prejuízo. Graças a Deus vamos conseguir juntar o dinheiro e recuperar o casamento”, finalizou.
Outros golpes - Em uma página do Instagram de Florianópolis, uma mulher aparece denunciando a golpista. Segundo a vítima, a empresa de eventos, que deveria realizar a festa de formatura do 9º ano do colégio da sua filha, e de outros quatro alunos, em Palhoça, sumiu levando o dinheiro e não cumprindo com contrato.
Conforme informou a denunciante, a mulher e o companheiro abordaram os pais de cinco crianças da turma e, em uma reunião, acordaram o valor de R$ 21 mil para realizar a festa de formatura. O evento seria para 100 pessoas, cada aluno teria direito a convidar 20 pessoas.
As parcelas de R$ 5.400 foram sendo pagas pelos pais, porém, faltando apenas uma, os donos sumiram com o dinheiro sem dar satisfação. O prejuízo dos pais dos alunos foi de R$ 15 mil. Após divulgarem o caso, descobriram que outras pessoas também foram vítimas da mesma empresa. Na ocasião, o diretor da escola fez um boletim de ocorrência, e a Polícia Civil de Palhoça investiga o caso.
O primeiro boletim de ocorrência registrado foi em 2 de junho. A vítima, homem de 51 anos, contou à polícia que havia fechado a festa de 15 anos de sua filha com a empresa, que será em agosto do próximo ano. Inicialmente, ele pagou R$ 7.500 e o restante, que ficaria em torno de R$ 17 mil, seria parcelado em cinco vezes.
Na semana que denunciou o golpe, a vítima recebeu informação que a empresa havia falido e, por isso, os responsáveis não cumpririam com o compromisso, no entanto, o dinheiro investido não foi devolvido.
Outra mulher, 41 anos, também havia contratado a empresa para realizar o aniversário de 15 anos da filha. O valor do contrato era de R$ 19.869, o primeiro pagamento foi realizado via Pix com a chave do CNPJ. No dia 3 de agosto, a vítima contratou junto à Elysnara o serviço de bar de drinks, no valor de R$ 1.791, o qual foi feito Pix em nome de Noemia Alves de Souza Silva. Segundo a denunciante, a própria golpista pediu que fosse feito nesse nome.
Já no dia 6 de setembro foi contratado o serviço de três pufes para decoração no valor de R$ 650 e feito o pagamento em nome de outra mulher. Já no dia 16 do mesmo mês, a mãe da aniversariante pagou por duas tendas externas no valor de R$ 2 mil, o dinheiro foi enviado no Pix da própria Elysnara.
No início, foi pago o adicional para acrescentar 10 convidados na festa, no valor de R$ 1.700, feito Pix em nome de Vilson Luis. No dia 13 do mês passado, após o homem oferecer desconto para antecipação da parcela final da festa, a vítima enviou em seu nome o restante que faltava para quitar o contrato. Ao todo, a família pagou mais de R$ 24 mil aos golpistas.
Durante o processo de pagamentos, a mulher tentou agendar diversas reuniões, inclusive degustação do buffet, sem sucesso. No dia 22 de novembro, a vítima recebeu uma mensagem da cerimonialista informando que Elysnara tinha sumido com o dinheiro de todos os clientes, não estava atendendo ligações e ela havia sido vítima de um golpe.
O Campo Grande News tentou contato com Elysnara, Vilson e Noemia, mas as ligações caem direto na caixa postal e as mensagens enviadas por WhatsApp não foram entregues. O espaço segue aberto para futuros posicionamentos.
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