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Cidades

Promotores de eventos são acusados de golpes de quase meio milhão

Ao todo, sete vítimas já procuraram a delegacia para registrar boletim de ocorrência contra os suspeitos

Por Bruna Marques | 03/12/2024 11:02
Promotores de eventos são acusados de golpes de quase meio milhão
Elysnara Pereira da Silva e Vilson Luis Vieira, suspeitos de aplicarem golpes, em foto publicada nas redes sociais (Foto: Direto das Ruas)

Elysnara Pereira da Silva, Vilson Luis Vieira e Noemia Alves de Souza da Silva, organizadores de eventos no estado de Santa Catarina, estão sendo denunciados por aplicar um golpe de quase meio milhão de reais. Até o momento, sete vítimas registram boletim de ocorrência contra o trio, sendo que duas delas são de Campo Grande.

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Elysnara Pereira da Silva, Vilson Luis Vieira e Noemia Alves de Souza da Silva, organizadores de eventos em Santa Catarina, são acusados de um golpe que vitimou pelo menos sete pessoas, causando um prejuízo estimado em R$ 400 mil. As vítimas, que contrataram os serviços da empresa Ellys Festas e Eventos, relatam terem perdido contato com os organizadores após efetuarem os pagamentos, que eram feitos em contas de Elysnara, seu marido e sua mãe. Entre os casos, estão o de um casal que pagou R$ 17 mil por um casamento e o de pais que perderam R$ 15 mil em uma festa de formatura. A denúncia busca localizar os responsáveis e recuperar os valores perdidos.

Conforme o advogado de 38 anos, que prefere não se identificar, ele e a esposa, pediatra de 36, moradores de Campo Grande, o casamento deles está marcado para acontecer em março de 2025, na cidade de Florianópolis. Ao todo, o casal pagou aos golpistas R$ 17 mil. O contrato, segundo a vítima, foi fechado após muitas pesquisas e boas referências da empresa que leva o nome de Ellys Festas e Eventos.

“Estávamos procurando uma empresa que realizasse casamentos em Florianópolis e encontramos a Ellys, ela era de Campo Grande e estava atuando em Santa Catarina desde 2019. Buscamos referências com prestadores de serviços e fechamos com ela em julho deste ano”, contou o advogado.

A vítima revelou que no mês passado entrou em contato com Elysnara para marcar uma reunião presencial no espaço onde o casamento ocorreria e percebeu que as mensagens enviadas ao número dela não eram recebidas e nem as ligações foram atendidas. “Os perfis dela no Instagram e Facebook foram bloqueados e não existem mais”, informou. Sendo assim, no dia 27 de novembro ele registrou boletim de ocorrência de estelionato, na Delegacia de Polícia Virtual de Santa Catarina.

O advogado esclareceu também que a cerimonialista parceira da empresa o procurou, informando que também havia perdido contato com a empresa. “Outros fornecedores também disseram que ela sumiu. Foram à casa dela e não encontraram. Dias antes de ela sumir, nos ofereceu descontos para antecipar pagamentos, achamos estranho e não pagamos, mas algumas pessoas anteciparam”, relatou.

As vítimas dos organizadores criaram um grupo no WhatsApp e, contando com o valor que cada um perdeu, o prejuízo total já chega a R$ 400 mil. Além disso, mais pessoas estão comentando terem caído no golpe em uma publicação do Instagram Floripa Mil Grau.

O CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) da empresa de Elysnara é no nome do marido dela, Vilson Luis, no entanto, a mãe dela, Noemia também recebia pagamentos via Pix em sua conta. “A chave Pix dela é o número do celular, eu liguei, ela confirmou que emprestou a conta, mas disse estar surpresa de saber do golpe porque a filha é trabalhadora”. A mulher mora no Bairro Tiradentes, em Campo Grande.

O intuito do advogado com a denúncia a exposição na mídia é conseguir informação do paradeiro do grupo. “Queremos conseguir diminuir o prejuízo. Graças a Deus vamos conseguir juntar o dinheiro e recuperar o casamento”, finalizou.

Promotores de eventos são acusados de golpes de quase meio milhão
Conversa de uma das vítimas com a mãe de Elysnara (Foto: Direto das Ruas)

Outros golpes - Em uma página do Instagram de Florianópolis, uma mulher aparece denunciando a golpista. Segundo a vítima, a empresa de eventos, que deveria realizar a festa de formatura do 9º ano do colégio da sua filha, e de outros quatro alunos, em Palhoça, sumiu levando o dinheiro e não cumprindo com contrato.

Conforme informou a denunciante, a mulher e o companheiro abordaram os pais de cinco crianças da turma e, em uma reunião, acordaram o valor de R$ 21 mil para realizar a festa de formatura. O evento seria para 100 pessoas, cada aluno teria direito a convidar 20 pessoas.

As parcelas de R$ 5.400 foram sendo pagas pelos pais, porém, faltando apenas uma, os donos sumiram com o dinheiro sem dar satisfação. O prejuízo dos pais dos alunos foi de R$ 15 mil. Após divulgarem o caso, descobriram que outras pessoas também foram vítimas da mesma empresa. Na ocasião, o diretor da escola fez um boletim de ocorrência, e a Polícia Civil de Palhoça investiga o caso.

O primeiro boletim de ocorrência registrado foi em 2 de junho. A vítima, homem de 51 anos, contou à polícia que havia fechado a festa de 15 anos de sua filha com a empresa, que será em agosto do próximo ano. Inicialmente, ele pagou R$ 7.500 e o restante, que ficaria em torno de R$ 17 mil, seria parcelado em cinco vezes.

Na semana que denunciou o golpe, a vítima recebeu informação que a empresa havia falido e, por isso, os responsáveis não cumpririam com o compromisso, no entanto, o dinheiro investido não foi devolvido.

Outra mulher, 41 anos, também havia contratado a empresa para realizar o aniversário de 15 anos da filha. O valor do contrato era de R$ 19.869, o primeiro pagamento foi realizado via Pix com a chave do CNPJ. No dia 3 de agosto, a vítima contratou junto à Elysnara o serviço de bar de drinks, no valor de R$ 1.791, o qual foi feito Pix em nome de Noemia Alves de Souza Silva. Segundo a denunciante, a própria golpista pediu que fosse feito nesse nome.

Promotores de eventos são acusados de golpes de quase meio milhão
Oferta de desconto divulgada na página da empresa que aplicou golpes (Foto: Direto das Ruas)

Já no dia 6 de setembro foi contratado o serviço de três pufes para decoração no valor de R$ 650 e feito o pagamento em nome de outra mulher. Já no dia 16 do mesmo mês, a mãe da aniversariante pagou por duas tendas externas no valor de R$ 2 mil, o dinheiro foi enviado no Pix da própria Elysnara.

No início, foi pago o adicional para acrescentar 10 convidados na festa, no valor de R$ 1.700, feito Pix em nome de Vilson Luis. No dia 13 do mês passado, após o homem oferecer desconto para antecipação da parcela final da festa, a vítima enviou em seu nome o restante que faltava para quitar o contrato. Ao todo, a família pagou mais de R$ 24 mil aos golpistas.

Durante o processo de pagamentos, a mulher tentou agendar diversas reuniões, inclusive degustação do buffet, sem sucesso. No dia 22 de novembro, a vítima recebeu uma mensagem da cerimonialista informando que Elysnara tinha sumido com o dinheiro de todos os clientes, não estava atendendo ligações e ela havia sido vítima de um golpe.

O Campo Grande News tentou contato com Elysnara, Vilson e Noemia, mas as ligações caem direto na caixa postal e as mensagens enviadas por WhatsApp não foram entregues. O espaço segue aberto para futuros posicionamentos.

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