Raios reduzem no outono, mas MS tem alta incidência e todo cuidado é pouco
Após duas mortes em menos de 10 dias, especialista alerta para os pontos de exposição
Durante o outono, os casos de descargas elétricas ficam em 16%, mas isso não exclui os cuidados ao ver a formação de tempestades. Apesar disso, segundo o doutor em geofísica espacial pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), professor Widinei Fernandes, Mato Grosso do Sul está entre os estados com mais casos de raios. Por isso, todo cuidado é pouco.
As estações com mais registros são o verão e a primavera, com 43% e 33%, respectivamente. “É evidente que em alguns anos pode apresentar alguma variação, mas em geral são primavera e verão com a maior incidência. Nesses últimos dias, nós temos sistema meteorológico atuando em uma linha de umidade, favorecendo então a formação dessas tempestades e, evidentemente, ocorrendo os raios”, explica o professor.
No último domingo (31), uma mulher de 41 anos morreu durante pescaria em família, no município de Ladário - a 426 km da Capital, após ser atingida por um raio, reforçando o alerta para os cuidados de prevenção.
Quando uma pessoa está ao ar livre, se torna alvo de possíveis descargas elétricas. Pescarias é um dos cenários de grande exposição, como foi o caso dos familiares que pescavam na Páscoa lá em Ladário.
O que vai existir é lugar com potencial maior ainda, mas não haverá um lugar seguro. Quando houver um trovão, você já está sujeito a ser atingido, aí devem procurar um abrigo. Em uma pescaria, ali você não está em nenhum momento seguro, ou seja, você está exposto correndo o risco de vir a ser atingido”, explica Fernandes.
O professor conclui dizendo que ao ver a formação de nuvens, o ideal é se proteger e não deixar “caminhos” para que as descargas elétricas cheguem até você. “Por exemplo, recarregando o celular e falando nele ao mesmo tempo, utilizando ele ou tocando em algum outro equipamento que esteja ligado à rede elétrica. Assim você vai dar um caminho caso uma descarga venha a ocorrer nas proximidades”, concluiu.
É importante destacar que Mato Grosso do Sul é um dos Estado com alta incidência de descargas elétricas, pois quanto mais perto da Linha do Equador maior serão os casos, tornando o Amazonas o maior foco dos raios. O Brasil também é considerado o país com mais quedas de raios, mas isso está associado ao tamanho territorial.
Dois casos em um mês - No dia 22, Leonardo Moreira de Paula, de 33 anos, morreu após levar descarga elétrica enquanto mexia no celular ligado na tomada, na cidade de Água Clara, a 193 km de Campo Grande. O caso ocorreu durante a tempestade que atingiu o município.
Já no caso de Ladário, segundo o site DPNews, a mulher estava embaixo da árvore que foi atingida pelo raio e com a força da descarga elétrica ela foi arremessada para longe.
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