Recorde de mortos por policias é resposta às agressões, justifica Sejusp
Pasta destaca a condição de estado fronteiriço, corredor para tráfico de drogas e armas
Mortes de suspeitos durante ações policiais foram resposta a “injustas agressões” a agentes públicos, durante o cumprimento de suas tarefas, alega a Sejusp (Secretaria de Segurança Pública), em resposta ao avanço significativo da letalidade da polícia em Mato Grosso do Sul.
A Secretaria admite o crescimento, mas avalia que a letalidade também é resultado do fato de Mato Grosso do Sul se tratar de um estado fronteiriço, tendo como vizinhos Paraguai e Bolívia.
"A condição geográfica favorece o tráfico de armas e drogas, com presença de facções, "exigindo uma atuação mais enérgica e efetiva das forças policiais diante das organizações criminosas", alega a Sejusp em nota.
O governo discorda de levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que coloca o Estado como o de maior aumento desse tipo de caso. O órgão garante que o percentual de crescimento atribuído não é de 340%, conforme os dados do Fórum, referentes ao primeiro semestre do ano.
Pelos números da Sejusp, durante todo o ano de 2022, foram registradas 41 mortes em situações de atuação de forças policiais, sendo que entre janeiro e novembro deste ano, os números são de 96 ocorrências, diferença de 134%.
Na semana passada, a reportagem do Campo Grande News havia mostrado o registro de 113 mortes em situação de enfrentamento com a polícia, com ocasiões de mais de um óbito em uma mesma ocorrência. O levantamento foi feito com base no sistema Sigo, da Segurança Pública.