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Cidades

Mortes em confrontos refletem eficácia do serviço de inteligência, avalia Choque

Mortes causadas por policiais aumentaram 340% no primeiro semestre de 2023 em comparação com 2022

Por Jhefferson Gamarra | 04/12/2023 17:07
Local onde usuário de droga morreu em suposto confronto com o Batalhão de Choque (Foto: Alex Machado)
Local onde usuário de droga morreu em suposto confronto com o Batalhão de Choque (Foto: Alex Machado)

No cenário nacional, Mato Grosso do Sul desponta como líder no crescimento no número de mortes de suspeitos causadas por policiais, com um aumento de 340% no primeiro semestre de 2023 em comparação ao mesmo período de 2022. Os dados, divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e detalhados pela Folha de São Paulo, colocam o Estado à frente de Santa Catarina, que apresentou um crescimento de 115%.

Comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, tenente-coronel Rigoberto Rocha da Silva, destaca que o expressivo aumento nas estatísticas reflete, na verdade, uma melhoria significativa no serviço de inteligência da corporação. Segundo o militar, a capacidade de identificar suspeitos e chegar rapidamente ao local do crime durante sua ocorrência é um fator determinante para o aumento aparente nas ações policiais.

Comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, tenente-coronel Rigoberto Rocha da Silva (Foto: Alex Machado)
Comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar, tenente-coronel Rigoberto Rocha da Silva (Foto: Alex Machado)

“Isso é fruto de inteligência e tecnologia, aplicadas de uma forma mais coordenada no nosso policiamento desenvolvido pela nossa central. Então, a tendência de ter o policial no local onde vai acontecer um crime aumenta bastante, tudo isso com investimentos, que a gente espera que continue nos próximos anos”, relatou o comandante.

Embora as estatísticas possam ser interpretadas de maneiras diversas, a perspectiva da Polícia Militar é que o aumento nas mortes causadas por ações policiais é consequência direta da melhoria na capacidade de resposta diante da criminalidade, colocando militares capacitados frente a frente com os criminosos.

“Claro que a Polícia Militar e qualquer cidadão não querem esse desfecho, todos queremos o criminoso preso pagando pelos seus crimes, a Polícia Militar não é diferente, ledo engano se alguém pensa ao contrário. Mas é lógico que quando o policial está de frente para um criminoso durante um roubo e percebe o crime em andamento, a possibilidade de confronto aumenta consideravelmente”, explicou o comandante.

De acordo com os dados do Fórum, nos primeiros 6 meses do ano passado, 45 pessoas perderam a vida devido a ações policiais em serviço, distribuídas entre 12 óbitos pela Polícia Civil e 33 pela Polícia Militar. No mesmo período de 2023, conforme informações da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), esse número já atinge 113 mortes.

Ao longo deste ano, novembro consta como o mês com maior número de mortes atribuídas a confrontos com policiais, sendo 19 registros, seguido de fevereiro, com 17 ocorrências. O último caso registrado envolveu uma situação de violência doméstica, em que policiais foram chamados até o Jardim Canguru e um homem identificado como Jean acabou alvejado com dois tiros. A informação divulgada foi que ele conseguiu pegar a arma de um dos agentes, após ameaçar a companheira com faca.

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