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Capital

Um ano após morte de motoboy, condutor de Porsche vira réu por homicídio culposo

Arthur Navarro também foi acusado por omissão de socorro, depois de atropelar Hudson Ferreira, em 2024

Por Silvia Frias | 25/03/2025 07:44
Um ano após morte de motoboy, condutor de Porsche vira réu por homicídio culposo
Ferido, Hudson ainda mandou áudio para a esposa, Kelly: "Acabou minha perna, acabou" (Foto/Reprodução)

A Justiça aceitou a denúncia contra o empresário Arthur Torres Rodrigues Navarro por homicídio culposo (sem intenção) e por não prestar socorro à vítima, em acidente ocorrido no dia 22 de março de 2024. Conduzindo um Porsche, ele atingiu a motocicleta de Hudson de Oliveira Ferreira, a velocidade de 89,4 km/h, na Rua Antônio Maria Coelho, Centro de Campo Grande.

RESUMO

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A Justiça aceitou a denúncia contra Arthur Torres Rodrigues Navarro por homicídio culposo e omissão de socorro em acidente que matou Hudson de Oliveira Ferreira em março de 2024. Navarro, dirigindo um Porsche a 89,4 km/h, atingiu a moto de Hudson em Campo Grande. A promotoria também o acusa de fugir do local e sugere indenização de R$ 500 mil à família da vítima. A defesa alega que Navarro não percebeu o acidente. Hudson, que sofreu graves lesões, morreu dois dias depois. A viúva busca indenização de R$ 710 mil. A CNH de Navarro foi suspensa devido a histórico de infrações.

A denúncia foi recebida pela juíza Eucélia Moreira Cassal, da 3ª Vara Criminal, no dia 21 de março, sendo estabelecido prazo de 10 dias para que o acusado responda à acusação.

O mandado acrescenta que, em caso de ocultação do denunciado, que o oficial de justiça promova a citação por hora certa, o que significa que ele pode marcar um dia e horário específico para tentar novamente entregar a citação e, mesmo que o acusado não atenda, essa citação será considerada válida.

Um ano após morte de motoboy, condutor de Porsche vira réu por homicídio culposo
Arthur Torres Rodrigues Navarro acusado pela morte de Hudson (Foto/Reprodução)

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) havia oferecido denúncia no dia 26 de setembro do ano passado. A promotora Suzi D'Angelo, em substituição na 15ª promotoria, ainda denunciou Navarro pelo artigo 305 do Código de Trânsito Brasileiro, por afastar-se do condutor do veículo para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe pudesse ser atribuída. Também sugere o pagamento à família da vítima o valor de R$ 500 mil por danos morais e materiais.

Os advogados André Borges e Lucas Rosa, que atuam na defesa de Navarro responderam ao Campo Grande News que André “logo nosso cliente se defenderá, conforme o direito garante a todos, inclusive àqueles que, por lamentável infortúnio e sem qualquer vontade, se vêem envolvidos em acidente de trânsito”.

Caso – O acidente aconteceu às 20h38 de 22 de março de 2024. A vítima sofreu fratura exposta de tíbia e fíbula, com lesões extensas, sangramento e sofreu choque hemorrágico. Ainda conseguiu mandar áudio para a esposa, pedindo socorro. “Vem ligeiro, vida. Acabou com minha perna, acabou”. O rapaz morreu no hospital, no dia 24 de março, à 1h10, aos 39 anos.

No dia 30 de agosto de 2024, a titular da 3ª DP (Delegacia de Polícia), Priscilla Anuda Quarti anexou relatório de investigação final, identificando Arthur Navarro pela responsabilidade na morte de Hudson Ferreira, identificado a partir de imagens e informações apuradas que levaram ao endereço do empresário.


Navarro foi formalmente indiciado no dia 4 de abril, mas só se apresentou à Polícia Civil no dia seguinte.

Em depoimento à delegada, disse que, no dia do acidente, passava pela Rua Antônio Maria Coelho, a caminho de casa, quando viu um motociclista saindo de prédio e atravessando todas as faixas. Diz que desviou da moto, indo para lado direito e achou que não encostou no veículo.

Navarro alegou que que deixou funcionário, para quem dava carona, na porta do prédio. No dia seguinte, segundo ele, este rapaz relatou que viu um motociclista sendo socorrido na via por onde tinham passado. O empresário afirmou que só soube da morte de Hudson Ferreira na outra semana.

Laudo pericial aponto que o Porsche estava a 89,4 km/h, em velocidade acima do permitido na rua, que é de 40 km/h.

Ainda em agosto do ano passado, a juíza Eucélia Moreira Casal suspendeu a CNH (Carteira Nacional de Habilitação). A decisão da suspensão da carteira de habilitação foi tomada levando em consideração que o acidente não é um fato isolado, já que Arthur já foi réu em outro processo de acidente de trânsito, em 2014.

Na esfera cível, a viúva de Hudson, Kelly Patrícia Ferreira Coelho, entrou com ação indenizatória, no valor de R$ 710 mil, ainda em tramitação.

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