Rosa Weber autorizou buscas contra Trutis por farsa e porte ilegal de arma
PF foi a endereço no Carandá que pertence a irmão do deputado federal; ordens são para encontrar provas de "atentado fake"
Os 10 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao deputado Loester Carlos, o Trutis (PSL-MS), foram expedidos a mando da ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal). Consta em documento entregue aos investigados no momento do cumprimento das ordens, ao qual o Campo Grande News teve acesso, que o inquérito contra o parlamentar investiga três crimes, "porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, disparo de arma de fogo e falsa comunicação de crime".
Em Campo Grande, um endereços onde a PF fez buscas fica no Carandá Bosque. O alvo deste mandado, especificamente, é Alberto Carlos Gomes de Souza, irmão de Trutis.
A orientação para os policiais nos mandados era procurar “particularmente armas, munições e petrechos”, diz o texto que saiu do gabinete de Rosa Weber.
Além das buscas nos imóveis, a ministra autoriza que policiais vasculhem o “interior de veículos que se encontrem no local em que for conduzida a medida”.
Os mandados também permitem a apreensão dos celulares dos investigados. “Fica autorizado, desde logo, à autoridade policial ou ao Ministério Público o acesso aos documentos e dados armazenados em eventuais computadores e arquivos eletrônicos apreendidos no local”, continua a ordem de Rosa Weber.
Preso - Alvo de mandado de busca e apreensão, Loester Carlos foi preso por suspeita de posse ilegal de arma de fogo, crime previsto no artigo 12 da Lei nº 10.826/2003. A informação foi confirmada por fonte ao Campo Grande News.
Conduzido à Superintendência da PF em Campo Grande, o deputado presta esclarecimentos nesta manhã. Pode ser ouvido e liberado, sob pena de ter de pagar fiança ou não.
Atentado fake - A Polícia Federal colocou 50 agentes nas ruas de Campo Grande e Brasília (DF), nesta quinta-feira (12), em investigação sobre “atentado fake”, forjado pelo parlamentar em fevereiro deste ano.
Segundo a PF, a ação foi batizada Tracker, "rastreador" em inglês, porque “faz referência ao intenso trabalho investigativo realizado pela Polícia Federal em busca de provas para a completa elucidação dos fatos e identificação dos autores”.
A operação, informa nota da Polícia Federal divulgada nesta manhã, "tem como foco suposto atentado a deputado federal ocorrido no início do ano".
A denúncia - No dia 16 de fevereiro deste ano, um domingo, Trutis publicou no Facebook, por volta das 9h, que ele e sua equipe haviam sofrido atentado à caminho de Sidrolândia - distante 70 quilômetros de Campo Grande. O parlamentar alegou ter sido vítima de emboscada e narrou que revidou o ataque.
“O carro em que estavam foi alvejado por, no mínimo, 5 disparos”, dizia a nota divulgada na rede social.
A imagem anexada à postagem mostra um carro Toyota Corolla preto com vidros estilhaçados e marcas de bala. “O deputado conseguiu revidar o ataque. Apesar da emboscada, todos estão bem e sem ferimentos”, continuava comunicado.
Loester Carlos contou que acionou o Bope (Batalhão de Operações Especiais), que levou o deputado até Polícia Federal de Campo Grande, onde ele fez a denúncia.