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Cidades

Segurança de Moraes pediu dossiê de protesto em MS

PM pediu a servidor do TSE dossiê sobre acampamento de bolsonaristas na Capital

Por Anahi Zurutuza | 15/08/2024 18:42
Caixão com a foto de Alexandre de Moraes no acampamento em frente ao CMO (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Caixão com a foto de Alexandre de Moraes no acampamento em frente ao CMO (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Um policial militar que atua na equipe de segurança do ministro Alexandre de Moraes fez pedidos à espécie de gabinete paralelo que surgiu na estrutura do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para a produção de relatórios sobre bolsonaristas em 2022, quando o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) recebia incontáveis ameaças de morte. Uma das solicitações foi para que os agentes elaborassem dossiê sobre acampamento montado em frente ao CMO (Comando Militar do Oeste), na Avenida Duque de Caxias, em Campo Grande (MS).

A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo, que obteve diálogos de WhatsApp mostrando que o juiz Airton Vieira, principal assessor de Moraes no STF, solicitou informalmente levantamentos e relatórios a Eduardo Tagliaferro, então chefe da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação) do TSE. Além dele, o PM,  Wellington Macedo, da segurança do presidente do STF, também “cortou caminho” e fez pedidos diretamente ao servidor da Justiça Eleitoral.

Conforme apurado pelos repórteres Fabio Serapião e Glenn Greenwald, pedido de levantamento sobre a manifestação na Capital foi feito em 23 de novembro de 2022. O protesto completava o 24º dia e havia ganhando um caixão com a foto de Moraes. “Meu amigo, mais uma vez, poderia levantar isso?”, disse o PM a Tagliaferro.

A série de reportagens sobre as ordens dadas pelo gabinete de Moraes de forma não oficial à equipe na Justiça Eleitoral para a produção de relatórios que depois embasaram decisões do próprio ministro contra bolsonaristas foi inquérito das fake news estão sendo publicadas pela Folha desde terça-feira (13).

Na quarta-feira (14), durante sessão do STF, Moraes disse que o "caminho mais eficiente para a investigação naquele momento era a solicitação [de relatórios] ao TSE", e "lamentavelmente, num determinado momento, a Polícia Federal pouco colaborava com as investigações".

No dia anterior, o ministro havia dito por nota que todos os procedimentos adotados foram "oficiais e regulares" e estão "devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria-Geral da República".

"Inclusive ao Tribunal Superior Eleitoral, que, no exercício do poder de polícia, tem competência para a realização de relatórios sobre atividades ilícitas, como desinformação, discursos de ódio eleitoral, tentativa de golpe de Estado e atentado à democracia e às instituições", completou no texto.

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