Serial killer nega outras vítimas, mas morte de médico em 2016 está sob apuração
José Tiago Soroka está preso desde sábado e confessou "vários" ataques a homens, admitindo 3 assassinatos
José Tiago Correia Soroka, 32 anos, o serial killer confesso de três homens gays no Paraná e em Santa Catarina - entre eles estudante de Medicina sul-mato-grossense - negou ao ser preso que tenha cometido mais assassinatos, apesar de assumir ter roubado pelo menos 10 homens, podendo chegar a 20, segundo a investigação policial. Mas outras mortes em sua trajetória não são descartadas pela Polícia Civil paranaense, entre elas a de médico encontrado sem vida no apartamento onde morava, em 12 de agosto de 2016, crime até hoje sem culpados oficiais.
Soroka, em interrogatório do dia 29 de maio, sábado, admite ter cometido vários roubos, sempre tendo homens como alvos. Segundo ele, não fez outras vítimas fatais.
Teve várias situações, mas nestes casos eu me reservo o direito e não responder”, afirmou o interrogado sobre subtrair bens de homens que atacava, em trecho do depoimento gravado divulgado pela RPC, a Globo do Paraná.
A autoridade policial insiste, então, se houve mais vítimas fatais?
Não, senhor”, responde o preso.
Sobre atacar apenas homossexuais, afirmou que nem sempre era assim. Nega ter vitimado mulheres. Por fim, alegou não querer fazer o relato sobre os fatos, com mais um “não, senhor”.
O serial killer confessou o assassinato de Robson Olivino Paim, em Abelardo Luz (SC), no dia 16 de abril, de David Júnior Alves Levisio, em 27 de abril, e Marco Vinício Bozzana da Fonseca, estudante de Mato Grosso do Sul que foi para Curitiba fazer Medicina, no dia 4 de maio.
Depois disso, no dia 11 de maio, houve um sobrevivente ao ataque, segundo a polícia. Os encontros eram sempre marcados em aplicativos no celular com esse fim e as vítimas sofriam esganadura até a morte.
Parecido – Essas características levaram o advogado Claudio Dalledone a apontar coincidências com a foma na qual Sergio Roberto Savytzky foi achado morto há quase 5 anos, no apartamento onde morava, no Bairro Bigorrilho, em Curitiba. Dalledone defendeu o representante comercial Wellington Vinícius Paris, que era paciente de Savytzky, e chegou a ficar preso por cinco meses, mas acabou inocentado pelo homicídio.
“Não é possível passar ao lado sem perceber a série de coincidências. Sérgio foi morto de maneira covarde, mediante asfixia por esganadura, em semelhanças muito próximas as que fizeram sucumbir a vida desses jovens. Foi tirado o carro da vítima e levado ao bairro Capão Raso, mesmo bairro em que Soroka foi preso”, declarou ao site Banda B.
Simulação entre imagem do assassino do médico no dia 11 de agosto, flagrado no elevador, e simulação com o serial killer mostra compatibilidade de altura.
Segundo o profissional do Direito, há histórico de tentativa do assassino de ser atendido pelo médico.
Ao mesmo veículo de imprensa, o delegado Thiago Nóbrega, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), relatou a negativa de Soroka em relação ao médico assassinado.
“Ele até disse que não teria problema nenhum em confessar esse crime, já que um a mais não faria diferença. No questionamento, afirma que não é o modus de agir dele, que não teria procurado a vítima e que era procurado pelos aplicativos”, disse o delegado.