Por falta de mandado, suspeito de matar engenheiro é solto em Goiás
João Padilha foi abordado pela PRF em Jataí neste sábado (22); MP do Paraguai solicitou prisão
João Padilha, de 42 anos, conhecido como “Joãozinho Mentira”, principal suspeito pelo assassinato do engenheiro agrônomo Elói Brusamarello, foi liberado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) após ser abordado em Jataí (GO), município goiano a 348 quilômetros de Goiânia, neste sábado (22). Equipes tentaram intermediar a captura com as autoridades paraguaias, mas a falta de um mandado de prisão internacional válido impediu a detenção.
Conforme apurado pela reportagem, o Ministério Público do Paraguai solicitou ontem (21) o envio de alerta à Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), conhecido como Difusão Vermelha, para que o nome de João fosse incluído no sistema de busca internacional.
No entanto, a solicitação ainda precisa ser validada em outros países, como o Brasil, o que pode levar até 48 horas para ser concretizado. Apesar da abordagem realizada, a ausência do documento fez com que João e os familiares fossem liberados para transitar livremente.
Ainda segundo a apuração do Campo Grande News, o promotor responsável pelo pedido de prisão, Rodrigo J. Espíndola, havia ouvido João presencialmente na quinta-feira (20) e o liberado em seguida. Na lei paraguaia, agentes fiscais têm autoridade para expedir mandados de prisão, como foi o caso neste episódio.
O caso – Morador em Ponta Porã, a 313 km de Campo Grande, Elói desapareceu na manhã de quarta-feira (19). Segundo os familiares, ele saiu de casa em sua caminhonete Chevrolet S10 prata ano 2012 para olhar a lavoura na propriedade arrendada, nos arredores de Cerro Corá.
O Campo Grande News apurou que o engenheiro agrônomo teria levado uma quantidade significativa de dinheiro em espécie para pagar despesas da propriedade, onde mantinha um caseiro. Elói plantava soja no local, em sociedade com “Joãozinho Mentira”, cidadão de dupla nacionalidade residente em Pedro Juan.
Ainda segundo informações preliminares, os dois teriam se encontrado em um posto de combustíveis na rodovia Ruta V, que liga as cidades-gêmeas até Cerro Corá. Ao passarem pelo posto policial Chiriguelo, os dois teriam sido vistos por um agente da Polícia Nacional seguindo viagem na S10. Mais tarde, testemunhas teriam visto apenas “Joãozinho” voltando com a S10.
Na noite de quarta-feira, a caminhonete foi encontrada totalmente queimada, na região do lixão de Pedro Juan Caballero. Foi através da numeração do chassi que os policiais descobriram se tratar do veículo do brasileiro. No mesmo dia, “Joãozinho Mentira” teria ido até a casa de Elói para saber se ele já havia voltado da fazenda, pois teria deixado seu celular na caminhonete do sócio. A situação deixou a família desconfiada.
O corpo de Elói foi encontrado na sexta-feira. Dois dias antes, João teria ido até a fazenda pedir uma pá emprestada, alegando que a caminhonete estava atolada. Entretanto, recusou ajuda do caseiro. A principal suspeita é de que ele pediu a ferramenta para abrir a cova, supostamente com a ajuda do irmão.
Segundo o médico forense Lucas Riveros, Elói Brusamarello foi morto com pelo menos quatro tiros de arma curta (revólver ou pistola) e com um tiro de escopeta.
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