Paraguaio que já escapou da pena de morte é preso por assaltar loja
Figurinha conhecida da polícia, Óscar já foi preso na Tailândia por tráfico de drogas
Óscar Benicio Irala López, de 27 anos, foi preso por agentes da Polícia Nacional do Paraguai em Pedro Juan Caballero, município fronteiriço a Ponta Porã, distante 313 quilômetros de Campo Grande, neste domingo (23). Suspeito de assaltar uma loja de celulares, o rapaz já havia virado notícia ao ser condenado à pena de morte na Tailândia.
A prisão mais recente ocorreu no cruzamento das ruas Natalicio Talavera e Ytororó, no Bairro San Antonio. Segundo a polícia, o rapaz participou do assalto em grupo ao comércio Mega Celulares, onde foram levados diversos aparelhos celulares e 6 milhões de guaranis, cerca de R$ 5 mil. O policial Mauro Zelaya, que fazia transações financeiras no local, teve o rádio de comunicação levado pelos criminosos.
Após a identificação por câmeras de segurança, agentes cumpriram um mandado de busca na casa do suspeito e apreenderam roupas idênticas às usadas no crime. O promotor de Justiça Rodrigo Espínola, conhecido por liberar outro criminoso nesta semana, determinou a prisão e Irala deve ser formalmente acusado pelo crime nas próximas horas. Ele foi detido e levado para custódia.
Figurinha conhecida da polícia, Óscar já foi preso na Tailândia por tráfico de drogas e condenado à pena de morte no país asiático. Após apelos da mãe, o rei Maha Vajiralongkorn concedeu perdão com base em mudanças na legislação do país.
Natural de Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, Óscar ingressou no mundo do crime em meados de 2015, por envolvimento no roubo de um telefone celular. Ele foi condenado a dois anos, ficou alguns dias presos e depois passou a cumprir a pena em liberdade condicional.
Antes mesmo de conseguir ficar limpo com a Justiça do Paraguai, foi cooptado pelo narcotráfico internacional de drogas, quando teria sido enganado e obrigado a trabalhar como ‘mula’. Com falas promessas, o jovem deixou o Paraguai em um voo, fez escalas no Brasil e nos Emirados Árabes Unidos até à Tailândia, onde foi preso em 12 de março de 2017, com 1 quilo e 25 grama de cocaína.
Em entrevista ao programa Crime e Castigo, do jornal paraguaio ABC Color, Oscar relatou que foi levado para uma das prisões mais cruéis do continente asiático, onde passou vários dias algemado. Lá ele foi alojado em um pavilhão com capacidade para 80 pessoas, mas no qual havia 500 internos.
Durante o tempo em que esteve preso, tinha que dormir comer no chão. “Para falar com o guarda da prisão, eu tinha que abaixar a cabeça e me ajoelhar, como sinal de reverência”, conta o paraguaio, de praticamente esqueceu a língua guarani e teve que aprender a falar em tailandês e em inglês.
Aconselhado por colegas de cela, a aceitar a acusação de tráfico, Óscar teve a pena de 50 anos, com possibilidade de se tornar perpétua e até chegar à morte, para 25 anos. Ainda em 2019, o novo rei da Tailândia, Maha Vajiralongkorn, modificou a lei local e introduziu a anistia. Ele foi deportado para o Paraguai e cumpriu medidas restritivas até meados de 2023.
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