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Cidades

Um dos tesoureiros em chapa de oposição da OAB também já foi alvo da PF

Haroldson Loureiro foi alvo de busca e apreensão e teve até dinheiro bloequeado pela Justiça Federal

Por Lucas Mamédio | 28/10/2024 17:05
Lucas Rosa à esquerda, candidato à presidência da OAB e Haroldson à direita, alvo de operação da PF (Foto: Reprodução)
Lucas Rosa à esquerda, candidato à presidência da OAB e Haroldson à direita, alvo de operação da PF (Foto: Reprodução)

Uma das chapas que disputam a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso do Sul (OAB-MS), a “Renovação: OAB de Todos", liderada pelo advogado Lucas Rosa, teve como indicado para ser tesoureiro da Caixa de Assistência dos Advogados, o alvo da Polícia Federal em uma operação que investiga, entre outras coisas, a lavagem de R$ 1,2 bilhão por parte de organização criminosa que atuava em todo Brasil. Trata-se do advogado Haroldson Loureiro Zatorre.

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O advogado Haroldson Loureiro Zatorre, indicado para ser tesoureiro da Caixa de Assistência dos Advogados na chapa "Renovação: OAB de Todos" para a presidência da OAB-MS, é alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga a lavagem de R$ 1,2 bilhão por parte de uma organização criminosa. A operação Alcaçaria, que cumpriu mandados de busca e apreensão, bloqueio de bens e prisão em diversos estados, aponta para a participação de Haroldson em um esquema de crimes como evasão de divisas, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. A investigação identificou depósitos em espécie em contas de empresas de fachada, que eram convertidos em criptoativos e enviados para o exterior para o pagamento de drogas e armas.

Ele aparece como um dos alvos de busca apreensão e determinação de bloqueio de ativos no âmbito da operação Alcaçaria, deflagrada pela PF e Receita Federal no último dia 9 de outubro.

A ação policial visou desarticular um sofisticado e complexo esquema de crimes como evasão de divisas, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, uso de documento falso e operação de instituição financeira ilegal.

Segundo mandado expedido pelo juiz federal Paulo Cesar Duran, da 7ª Vara Criminal da 1ª Subseção de São Paulo, a que o Campo Grande News teve acesso, foi decretado busca e apreensão em endereço ligado ao Haroldson, no Bairro Rita Vieira.

Foi determinado, também, o bloqueio de R$ 4.684.258,00 que o advogado possuía em suas contas em pessoa física e jurídica, além da quebra de sigilo dos dados contidos nos materiais apreendidos para realização de perícia, inclusive acesso de dados e fluxos de comunicação.

A operação Alcaçaria cumpriu 62 mandados de busca e apreensão, 10 mandados de prisão preventiva e três mandados de prisão temporária, em Mato Grosso do Sul e outros oito estados do País.

O relatório da PF identificou que, por cerca de três anos, a organização criminosa realizou depósitos de valores em espécie em contas de empresas de fachada, com sócios laranjas, na ordem de pelo menos R$ 1,2 bilhão.

As informações do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) indicaram que os depósitos eram feitos diariamente em agências bancárias de todo o País. "Com o rastreamento do dinheiro, foi possível identificar que parte dos valores eram convertidos em criptoativos e enviados a carteiras operadas no exterior. Lá, os criptoativos eram convertidos em dólares para o pagamento de fornecedores de drogas e armas", explica a nota da PF.

A investigação também apura a participação de diversas outras empresas de fachada e exchanges de criptoativos responsáveis por fornecer ativos virtuais a doleiros. Segundo a apuração, esses doleiros seriam responsáveis pela evasão de divisas e lavagem de dinheiro dos mais diversos crimes em todo o Brasil, em prática conhecida como “cripto-cabo”.

O advogado se defende. Primeiro diz que não é mais membro da chapa. "Eu renunciei por falta de tempo. Falei hoje com o Lucas (candidato à presidência)".

Em relação ao motivo de ter sido alvo da operação, Haroldson reforça que não é investigado ou indiciado e explica que a Justiça não pediu sua quebra de sigilo bancário, por isso o colocou como alvo para averiguar a origem do dinheiro recebido.

"Eu recebi o dinheiro de um cliente. E não tenho obrigação de saber a origem e sim de emitir nota fiscal. E eu fiz isso. Na hora que os agentes vieram no meu endereço, eu entreguei as notas e é isso. Não sou investigado, muito menos indiciado nessa operação".

O Campo Grande News conseguiu contato com a chapa "Renovação: OAB de Todos" , porém, não obteve resposta até o momento.

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