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Cidades

UFMS exclui 18 alunos de Medicina que não se enquadram no sistema de cotas

Decisão foi tomada na sexta-feira; em novembro, estudantes denunciaram à PF possíveis irregularidades no ingresso de estudantes

Humberto Marques | 19/02/2019 17:30
Em novembro de 2018, estudantes protestaram no Camed quanto a possíveis fraudes no sistema de cotas para o curso de Medicina da UFMS na Capital. (Foto: Izabela Sanchez/Arquivo)
Em novembro de 2018, estudantes protestaram no Camed quanto a possíveis fraudes no sistema de cotas para o curso de Medicina da UFMS na Capital. (Foto: Izabela Sanchez/Arquivo)

A UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) confirmou a exclusão de 18 acadêmicos do curso de Medicina que não conseguiram comprovar a condição de cotista pelo sistema racial, social ou PCD (pessoa com deficiência). O caso veio à tona em novembro de 2018, após denúncia à Polícia Federal, com as decisões vindo à tona em edital assinado em 15 de fevereiro (sexta-feira).

A Proaes (Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis) e a Prograd (Pró-Reitoria de Graduação) analisaram juntas o caso por meio da Banca de Verificação da Veracidade da Condição de Cotista no ingresso na Famed (Faculdade de Medicina). Dos 23 casos comunicados em novembro à PF, 21 foram convertidos em procedimentos de averiguação.

Em três casos, porém, os recursos apresentados pelos estudantes foram deferidos, considerando-os enquadrados nos sistemas de cotas. Já outros 18 estudantes não conseguiram atender aos critérios de cotistas e perderam as vagas, um deles na reserva para PCDs.

“A UFMS esclarece que, após o período de recurso, os acadêmicos que continuam como indeferidos no resultado final da Banca de Verificação da Veracidade da Condição de Cotista perdem o direito à vaga e têm às matrículas canceladas”, informou a universidade, em nota.

Cartazes registrando protesto de alunos quanto a suposta fraude denunciada à Polícia Federal. (Foto: Izabela Sanches/Arquivo)
Cartazes registrando protesto de alunos quanto a suposta fraude denunciada à Polícia Federal. (Foto: Izabela Sanches/Arquivo)

Para a próxima – Apesar do desligamento, os estudantes poderão reaproveitar as disciplinas já cursadas tanto em outras instituições de ensino como na própria UFMS, “após novo processo seletivo” no qual venham a ser aprovados. Os denunciados teriam ingressado em 2017 na instituição, ou seja, já cursaram ao menos quatro semestres do curso.

Estudantes do próprio curso de Medicina acionaram a PF apontando que 23 pessoas não se enquadrariam nos padrões para cotas raciais, sociais ou de pessoas com deficiência. Em meio a protestos, cartazes no Camed (Centro Acadêmico de Medicina) denunciaram o caso, que vinha sendo discutido na instituição desde o início do ano passado.

Conforme noticiou o Campo Grande News em novembro, estudantes brancos teriam conseguido ingressar na instituição por meio de cotas raciais, enquanto a cota social teria sido alegada por pessoas de melhor poder aquisitivo. Os autores das acusações reclamaram de terem levado o caso ao centro acadêmico e à própria instituição, sem resposta, levando-os a acionar a PF.

Desde 2017, o MPF (Ministério Público Federal) acompanha os critérios adotados pela federal para aplicação do sistema de cotas entre os candidatos a vagas em curso superior. “Com o objetivo de inibir as fraudes e manter a idoneidade do processo seletivo para todos os cursos, a UFMS adotou a verificação das cotas desde o segundo semestre de 2017”, frisou a universidade, apontando um dos resultados dos trabalhos da Procuradoria.

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