Shoppings geram 13 mil empregos e compras têm quatro endereços
Durante 20 anos, bastava dizer: “vou ao shopping” e qualquer um sabia que o destino era no sentido dos altos da Avenida Afonso Pena. Para quem morava longe ou pegava ônibus era preciso disposição, mas muitos já estavam acostumados, enquanto outros se contentavam com o comércio do centro da cidade e dos bairros, que não ficou para trás.
Mas nada é igual a ir a um local que tem cinema, estacionamento, além de espaços para descansar e fazer um lanche. Em 2009, a coisa começou a melhorar para o campo-grandense com a inauguração do Pátio Central. Dois anos depois, veio o Norte Sul Plaza e após mais dois anos, o Bosque dos Ipês. Finalmente, no ano em que Campo Grande celebra 115 anos, o consumidor comemora também o direito de escolher. “Vou ao shopping”. “Qual?”.
Os shoppings das regiões norte e sul trouxeram ainda a valorização imobiliária, que alavancou novos emprendimentos, como as lojas da Havan, uma já instalada ao lado do shopping Norte Sul e outra que está sendo construída com 15 mil metros quadrados e réplica da estátua da liberdade, em frente ao Atacadão, na avenida Consul Assaf Trad. Na mesma avenida, está prevista ainda a instalação da loja de material de construção e decoração Leroy Merlin, que terá 10 mil metros quadrados. Com isso, já serão, pelo menos, mil novos empregos. E não para por aí, porque os dirigentes do Bosque dos Ipês garantem ainda a instalação de um hotel da HSI Investimentos, que vai compartilhar o estacionamento do shopping.
Os quatro centros comerciais, que geram mais de 13 mil empregos, têm um desafio em comum: cativar a clientela, de mais de 830 mil habitantes, que rapidinho se acostumou a ser exigente. Uns preferem a tranquilidade do shopping que ainda tem menos movimento, outros não abrem mão do local onde há fluxo maior de pessoas. Pais e mães querem mesmo é espaços que agradem os filhos. Sem isso, nada feito.
Sem dúvida, os nascidos para cá de 1989, na “era do Shopping Campo Grande”, são os mais exigentes, pois já cresceram tendo alguma opção. O estudante Richard Yamada, 21 anos, admite que ter uma alternativa perto de casa facilitou a vida de toda a família, além de valorizar a região ainda assim ele frequenta o local favorito. “O Norte Sul é bom para mim porque é mais perto, mas eu vou no Campo Grande, porque tem mais movimento”, afirma.
Para a estudante Talita Takari de Campos, 17 anos, o Centro não perde freguesia com os novos shoppings. “O Pátio Central é diferente dos outros, mas é legal. Gosto da praça de alimentação, do Bob's, do Girafa's. É uma opção para quem está aqui no centro, que antes não tinha”, destaca.
O empreendimento, que em breve terá nova loja da C&A na rua Cândido Mariano Marechal Rondon também é espaço para happy hour. “É opção para quem mora ou trabalha aqui no centro. Tem música ao vivo nas quartas-feiras e sábados e o pessoal sai do trabalho e vai pra lá. É um lugar agradável”, diz a promotora de vendas Rahiane Mary de Souza, 24 anos.
A superintendente do Pátio Central, Helma Firmino, conta que o shopping demorou atingir esse crescimento, porque as pessoas ainda não tinham o hábito de entrar num shopping no centro. “O crescimento vem com o tempo, a medida em que o empreendimento vai amadurecendo e hoje as pessoas já estão conhecendo mais. Então podemos dizer que ele já está consolidado”, avalia.
Com os quatro shoppings, são pelo menos 55 lojas exclusivas, além daquelas que se repetem em ambos os espaços. Além da variedade de locais de compra, os novos empreendimentos animam os campo-grandenses por serem ainda motivação para instalação de outros negócios. “Já dá um ar de 'Uau!', aqui tem shopping para ir pelo menos, porque Campo Grande não tem muito lugar de lazer ou atrativo turístico. O Bosque dos Ipês é na saída da cidade e isso é bom, até porque não temos praticamente nada para 'turistar'”, afirma a estudante, Amanda Michelin Mariano, 19 anos.
Na avaliação do superintendente do Shopping Bosque dos Ipês, Rafael Arnaldi, o shopping considerado longe por alguns moradores da Capital, já é alternativa para famílias de Rio Verde e São Gabriel, que aproveitam as vindas a Campo Grande para fazer compras. “Nós queremos ir além, queremos que as pessoas que vêm de todo o interior tenham o shopping como referência e pensem 'vou ficar mais um dia na cidade pra ir ao Bosque dos Ipês'. Acho que nós estamos caminhando para isso”.