Dono de primeiras postagens em MS, Campo Grande News surgiu pequeno
Com experiência em televisão, rádio e jornal impresso, a jornalista, hoje professora da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), Inara Silva, recebeu, no início da década de 90, um convite para o novo, para o desafio. Confiante, aceitou a proposta e foi a primeira repórter do Campo Grande News, o primeiro jornal online de Mato Grosso do Sul. Ela acompanhou como tudo começou, de uma pequena sala, em forma de corredor, para uma redação até virar fenômeno por relatar em tempo real a história das pessoas do Estado.
O convite partiu de um dos idealizadores do site, o jornalista Lucimar Couto. Amigo pessoal de Inara, ele a cativou com a proposta de inovar. “Na época, era eu, ele e uma estagiária”, lembrou. Com um telefone e um computador, os três se empenhavam para garantir a informação em tempo real. Com esse propósito, em seis horas de trabalho, Inara chegou a escrever 30 matérias por expediente.
A correria não intimidava a jornalista. “Não me sentia pressionada”, garantiu. Pelo contrário, o desafio a empolgou. “Era algo diferente, que ninguém tinha feito no Estado, não tínhamos referência, o que me ajudou foi a experiência do rádio”, disse. “O interessante é sair do ponto sem referência e virar referência”, completou.
A leitura leva em consideração o fato de, em pouco tempo, o portal virar referência para as demais redações. “Antes a fonte de informação, o ponto de partida era a rádio escuta, mas, com o Campo Grande News, todos passaram a acompanhar as notícias do Estado pelo site”, ressaltou.
Na época, o foco era mostrar o dia-a-dia das pessoas, os acidentes de trânsito, as enchentes, os crimes e as ações do poder público. “A gente fazia tudo por telefone, nem carro tínhamos para chegar até a informação”, reforçou.
Fenômeno - As notícias, em formato mais curto e dinâmicas, na opinião de Inara, além de entrar nas redações, cativaram a população também em pouco tempo. “Antes, só tinha site nacional e as pessoas querem proximidade, buscam identidade própria, então, acho que o fato de verem notícias suas fez do Campo Grande News um fenômeno”, comentou. “Em pouco tempo, quase todas as cidades do Estado tinham um news”, completou.
Para ela, ajudou a “explodir” a onda online a facilidade da internet. “Em muitos municípios do Estado, não pegava direito os canais de televisão, jornais também não chegavam e as rádios eram praticamente a única fonte de informação e, com acesso à internet, todas replicavam notícias do Campo Grande News”, comentou.
Evolução – Passados 14 anos da primeira experiência no online, em 2014, Inara voltou à redação do Campo Grande News e viu de perto o crescimento do jornal. “No começo, não tinha capa, eram as notícias em lista. Depois, o formato avançou, a equipe cresceu, ganhamos carro, fotógrafo, chefe de redação e, de uma pequena sala em formato de corredor, saímos para uma casa”, relatou.
Com a possibilidade de acompanhar de perto as notícias, a jornalista cobriu fatos marcantes de Campo Grande. “Para mostrar ao leitor o drama de quem enfrentou enchentes, nos desdobramos e nos arriscamos”, exemplificou. “Na segunda fase, também tive a oportunidade de fazer matérias mais trabalhadas”, acrescentou.
Hoje, do lado de fora e em sala de aula, Inara aprecia as inovações do Campo Grande News, com reportagens segmentadas e que trazem histórias dos sul-mato-grossenses. “Os conteúdos estão mais segmentados, tem o Lado B, colunistas e os textos mais interpretativos”, analisou.
