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Cidades

"Pior do que imaginamos", descrevem militares que foram ao RS

Nyelder Rodrigues e Viviane Oliveira | 29/01/2013 23:17
Equipe a Base Aérea de Campo Grande chegou nesta noite de terça após ajudar vítimas de tragédia em Santa Maria (Foto: João Garrigó)
Equipe a Base Aérea de Campo Grande chegou nesta noite de terça após ajudar vítimas de tragédia em Santa Maria (Foto: João Garrigó)
Médico da Base, Luiz Fernando Franzini, comentou que sensação é de dever cumprido nessa volta à Capital (Foto: João Garrigó)
Médico da Base, Luiz Fernando Franzini, comentou que sensação é de dever cumprido nessa volta à Capital (Foto: João Garrigó)

“Era pior do que nós imaginávamos. A cidade está em luto”. O desabafo é do médico da Base Aérea de Campo Grande (BACG), Luiz Fernando Franzini, sobre a situação encontrada em Santa Maria (RS), cidade em que ocorreu a tragédia que matou 234 pessoas, dentre elas, quatro jovens de Mato Grosso do Sul, em um incêndio na boate Kiss, na madrugada de domingo (27).

Uma equipe com 11 militares da Base Aérea da Capital foi ajudar no atendimento e transporte das vítimas para a capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, localizada a 120 km de Santa Maria.

Quatro pilotos, dois mecânicos de voo, quatro mestres de carga e dois médicos compuseram a equipe que saiu de Campo Grande às 11h15 de domingo em um avião C105 Amazonas, do Esquadrão Onça. Eles se dividiram em duas equipes, revezando a cada 12h para atender às vítimas em regime de 24h.

De acordo com o capitão Paulo Fialho, o avião, quando chegou a Santa Maria, foi equipado com sete leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), contando cada uma com um médico, um enfermeiro e um auxiliar.

Os pacientes eram levados de Santa Maria até Porto Alegre em uma viagem de 40 minutos. Ao todo, foram levadas 25 vítimas. Mesmo tendo maior contato com os pacientes, a equipe já sentiu ao chegar à Base Aérea de Santa Maria, o clima de muita tristeza que estava na cidade.

“Muitos militares de Santa Maria tinham amigos que estavam na boate. Outros eram parentes de vítimas, ou eram amigos de pessoas que perderam familiares”, contou o comandante da aeronave, José Ricardo Schwar.

O comandante comentou ainda que todas as pessoas da cidade estão abaladas com a tragédia, e que o clima que prevalece na cidade é o de tristeza. “A todo momento chegavam ambulâncias e eram embarcadas vítimas nas aeronaves”, relata Schwarz.

Para Luiz Fernando, participar dos atendimentos foi uma experiência única. “É muito gratificante ajudar, pois todos os pacientes chegavam em estado de saúde grave. Hoje, minha sensação é de dever cumprido”, declarou.

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