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Cidades

Ação isola 10 "chefões" e desmonta esquema do PCC nos presídios

Bruno Chaves e Edivaldo Bitencourt | 28/02/2014 16:43
Ações de enfrentamento a possíveis rebeliões foram realizadas na semana passada (Foto: Cleber  Gellio)
Ações de enfrentamento a possíveis rebeliões foram realizadas na semana passada (Foto: Cleber Gellio)

Com o objetivo de desarticular as ações do PCC (Primeiro Comando da Capital) e eventual motim com o corte do sinal de telefonia celular no complexo penitenciário de Campo Grande, o Governo implementou uma série de medidas, desde o isolamento dos "chefões" até a desarticulação do esquema de faturamento dentro dos presídios.

Na manhã de hoje (28), 10 líderes da organização criminosa das penitenciárias de Segurança Máxima da Capital e Harry Amorin Costa, em Dourados, foram transferidos para o Presídio Federal de Campo Grande.

Em nota, a Agepen (Agência Estadual de Gestão do Sistema Penitenciário) também informa que adotou medidas para acabar com o mercado paralelo implementado dentro do presídio pelos membros do crime organizado, como a venda de produtos superfaturados fora da cantina do presídio.

A ação ocorreu após uma greve dos presos, que se recusavam a realizar a limpeza dos presídios e sair das celas para participar de audiência na Justiça.

A operação foi realizada no período matutino após investigação do setor de inteligência da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).

“Lideranças negativas de facções foram transferidas. Aqui em MS o PCC domina. Geralmente eles articulam, mas sem aparecer os nomes. Existe um comando, eles fazem o movimento e não se mostram”, explicou o presidente do Sinsap/MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária), Francisco Américo Sanabria, sobre a forma que os detentos agem.

Conforme a assessoria da Agepen, as ações de hoje foram pontuais. Policiais do Batalhão de Choque realizaram operações pente-fino em busca de armas artesanais, drogas e celulares. Militares do Bope (Batalhão de Operações Especiais) participaram da ação para intervir em possíveis casos de motim e rebelião.

Greve e possíveis rebeliões – Nas últimas semanas, detentos de diversas unidades prisionais do Estado iniciaram um “movimento grevista” que pedia melhores condições dentro dos presídios.

Atividades como limpeza, estudos em salas de aula e atendimento jurídico foram suspensas pelos presos, que cobravam melhores atendimentos na alimentação, saúde e lotação das celas. Possíveis rebeliões também foram anunciadas.

Para os detentos, o movimento era motivado por conquista de “direitos humanos”. Para as autoridades, o protesto era por causa dos testes que antecedem a instalação de bloqueadores de celulares.

Ações são realizadas para mostrar força do Estado diante de possíveis motins por causa de corte de sinal de celular (Foto: Cleber Gellio)
Ações são realizadas para mostrar força do Estado diante de possíveis motins por causa de corte de sinal de celular (Foto: Cleber Gellio)

Bloqueadores de celulares e novas medidas – Testes constantes em aparelhos bloqueadores de celular estão sendo realizados no Presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande. A intenção é garantir o corte de sinal dentro das cadeias sem interferir na comunicação de moradores da região, segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública.

A instalação dos dispositivos, para a Agepen, se faz necessária para evitar que detentos articulem, por meio de telefone, crimes de dentro dos estabelecimentos penais. Novas medidas ainda são anunciadas pela Segurança Pública do Estado.

O Gisp (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário) informa que vem trabalhando para antecipar informações sobre quaisquer alterações nas rotinas dos presídios. Para eles, essa é uma forma que possibilita a Sejusp a tomar medidas necessárias.

Ações na saúde Em ações que vêm ocorrendo nos últimos dias, seis detentos foram encaminhados para atendimento médico em hospitais de Campo Grande. O estado de saúde deles era considerado grave. Houve reforço nos atendimentos em saúde.

O fornecimento de medicamentos foi revisado e, conforme a Agepen, não há falta de remédios constantes na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais. Uma médica psiquiatra concursada foi nomeada e já está atendendo doentes psiquiátricos.

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