Novo no Brasil, bloqueador de celular em presídios tem tecnologia de ponta
Os bloqueadores de celulares em testes em penitenciárias de Mato Grosso do Sul têm “tecnologia de ponta”, que é novidade no Brasil. Segundo o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul já trabalham com esses métodos.
“Estamos fazendo esses testes e vamos ver se o sistema aprova ou não. É uma tecnologia nova, que já vem sendo experimentada em outros estados. O melhor, é que o investimento para esse tipo de dispositivo não é grande”, explicou.
Jacini não soube precisar quanto o Estado irá investir na instalação dos bloqueadores e nem quando eles começam a funcionar, mas garantiu que a execução desse projeto é uma maneira de dar respostas à sociedade sobre crimes cometidos de dentro das cadeias públicas.
Para ele, o que motivou a instalação dos bloqueadores é evitar que a população carcerária do Estado continue cometendo crimes de dentro dos presídios, como mando de sequestros, roubos e assassinatos. “A sociedade não aceita mais esse tipo de conduta”, afirmou.
O secretário também garantiu que o novo dispositivo não afetará o sinal de celulares em bairros vizinhos aos presídios. “Os testes ocorrem somente nos quadriláteros das penitenciárias”, afirmou.
A reportagem procurou o diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), coronel Deusdete de Oliveira, e a assessoria de imprensa da agência para comentarem sobre a importância dos bloqueadores de celulares nos presídios.
Porém, a única resposta obtida foi de que o assunto não seria comentado por motivos de segurança.
Confusão, greve e rebelião – Nas últimas duas semanas, detentos de diversos presídios de Mato Grosso do Sul, entre eles a Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, iniciaram um “movimento grevista” a favor de melhores condições dentro das unidades carcerárias.
Atividades como limpeza, estudos em salas de aula e atendimento jurídico foram suspensas pelos presos, que cobravam melhores condições de alimentação, saúde e lotação das celas.
Para eles, o movimento era motivado por conquista de “direitos humanos”. Para o Sinsap/MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária), o protesto era por causa dos testes que antecedem a instalação dos bloqueadores de celulares.
“Os presos dos pavilhões I e II estão acumulando o lixo, deixando apodrecer a comida que recebem dos familiares e descendo dos pavilhões apenas em casos de emergência. Eles falam sobre as reivindicações, mas sabemos que estão protestando mesmo é por conta da instalação de bloqueadores de celulares no local”, afirmou, em entrevista recente ao Campo Grande News, o presidente do Sinsap/MS, Francisco Sanábria.