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Cidades

Novo no Brasil, bloqueador de celular em presídios tem tecnologia de ponta

Bruno Chaves | 22/02/2014 08:50
Testes também são feitos na Penitenciária de Segurança Máxima da Capital, que foi alvo de megaoperação ontem (Foto: Cleber Gellio)
Testes também são feitos na Penitenciária de Segurança Máxima da Capital, que foi alvo de megaoperação ontem (Foto: Cleber Gellio)

Os bloqueadores de celulares em testes em penitenciárias de Mato Grosso do Sul têm “tecnologia de ponta”, que é novidade no Brasil. Segundo o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul já trabalham com esses métodos.

“Estamos fazendo esses testes e vamos ver se o sistema aprova ou não. É uma tecnologia nova, que já vem sendo experimentada em outros estados. O melhor, é que o investimento para esse tipo de dispositivo não é grande”, explicou.

Jacini não soube precisar quanto o Estado irá investir na instalação dos bloqueadores e nem quando eles começam a funcionar, mas garantiu que a execução desse projeto é uma maneira de dar respostas à sociedade sobre crimes cometidos de dentro das cadeias públicas.

Para ele, o que motivou a instalação dos bloqueadores é evitar que a população carcerária do Estado continue cometendo crimes de dentro dos presídios, como mando de sequestros, roubos e assassinatos. “A sociedade não aceita mais esse tipo de conduta”, afirmou.

O secretário também garantiu que o novo dispositivo não afetará o sinal de celulares em bairros vizinhos aos presídios. “Os testes ocorrem somente nos quadriláteros das penitenciárias”, afirmou.

A reportagem procurou o diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), coronel Deusdete de Oliveira, e a assessoria de imprensa da agência para comentarem sobre a importância dos bloqueadores de celulares nos presídios.

Porém, a única resposta obtida foi de que o assunto não seria comentado por motivos de segurança.

Até helicóptero foi usado ontem para mostrar força do Estado diante do risco de motim de presos contra corte de sinal de celular (Foto: Cleber Gellio)
Até helicóptero foi usado ontem para mostrar força do Estado diante do risco de motim de presos contra corte de sinal de celular (Foto: Cleber Gellio)

Confusão, greve e rebelião – Nas últimas duas semanas, detentos de diversos presídios de Mato Grosso do Sul, entre eles a Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, iniciaram um “movimento grevista” a favor de melhores condições dentro das unidades carcerárias.

Atividades como limpeza, estudos em salas de aula e atendimento jurídico foram suspensas pelos presos, que cobravam melhores condições de alimentação, saúde e lotação das celas.

Para eles, o movimento era motivado por conquista de “direitos humanos”. Para o Sinsap/MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária), o protesto era por causa dos testes que antecedem a instalação dos bloqueadores de celulares.

“Os presos dos pavilhões I e II estão acumulando o lixo, deixando apodrecer a comida que recebem dos familiares e descendo dos pavilhões apenas em casos de emergência. Eles falam sobre as reivindicações, mas sabemos que estão protestando mesmo é por conta da instalação de bloqueadores de celulares no local”, afirmou, em entrevista recente ao Campo Grande News, o presidente do Sinsap/MS, Francisco Sanábria.

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