Bancários marcam assembleia para quinta e podem iniciar greve segunda
Categoria rejeitou proposta apresentada sexta-feira pela Fenaban e podem ratificar decisão por greve em assembleia, dia 1º de outubro
Os bancários ameaçam entrar em greve em todo o país a partir de segunda-feira, dia 6 de outubro. De acordo com o Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, a proposta apresentada sexta-feira (25) pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) deve ser rejeitada nas assembleias marcadas para quinta-feira (1º), que podem ratificar a proposta de greve por tempo indeterminado para começar na próxima semana.
De acordo com o diretor de imprensa do sindicato, Joacir Rodrigues, a negociação com os banqueiros começou no dia 11 de agosto, quando o Comando Nacional dos Bancários entregou oficialmente a pauta de reivindicações da categoria à Fenaban. Após cinco rodadas de negociações, segundo ele, não houve nenhum avanço em relação a emprego, saúde e segurança.
A proposta dos bancos é de 5,5% de reajuste contra uma inflação no período de 9,88%, o que representa, segundo a categoria, perdas de 4%. “Com isso a greve dos bancários se torna iminente e deve acontecer a partir do dia 6 de outubro em todo o país”, afirmou.
“Um setor que ganha tanto querer impor perdas aos seus funcionários é um absurdo! Nos seis primeiros meses deste ano o lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Federal, Bradesco, Itaú e Santander) atingiu a marca de R$ 36,3 bilhões, crescimento de 27,3% na comparação com o primeiro semestre de 2014. A proposta da Fenaban significa chegar à próxima campanha, em 2016, com toda a inflação de um ano mais as perdas de 4% nos salários e demais verbas dos bancários”, explica o sindicalista.
Clientes prejudicados – O diretor do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região afirma que os bancos em atividade no Brasil não poupam ninguém na busca pelo lucro.
“Os consumidores do país são os mais explorados da América Latina, segundo pesquisa da Proteste. Os juros do rotativo do cartão de crédito, em 403,5% ao ano, são os mais altos entre as nações pesquisadas. A diferença é gritante. Para se ter uma ideia, a Colômbia, segundo lugar na lista, tem taxa de 62,51% ao ano, já o Chile, com a taxa mais baixa da América Latina, 25,74% ao ano”, diz Joacir Rodrigues.
Conforme a entidade, as tarifas também sobem mais do que a inflação e os bancos aumentam as taxas de forma exagerada e na maioria das vezes sem aviso prévio. “Nos últimos três anos, os valores cobrados pelos oito maiores bancos do país subiram até 169%. O índice é 8,6 vezes maior do que a inflação em idêntico período, apontam os dados da Proteste”, diz comunicado divulgado pelo sindicato.
Assembleia de quinta-feira – No dia 1ª de outubro, os bancários de todo o país realizam assembleias para avaliar a contraproposta apresentada pela Fenaban. A orientação do Comando Nacional da categoria é pela rejeição e aprovação de greve por tempo indeterminado a partir de 0h do dia 6 de outubro.
Em Dourados a assembleia acontece às 18h na sede do sindicato dos bancários, na Rua Olinda Pires de Almeida, 2.450, no Bairro Cidade Áurea.