Bernal veta socorro de R$ 18 milhões à Santa Casa de Campo Grande
O prefeito Alcides Bernal (PP) quer vetar o socorro de R$ 18 milhões que o Ministério da Saúde anunciou, ontem (31), para a Santa Casa de Campo Grande. O recurso, que totaliza R$ 1,7 bilhão em todo o País, foi anunciado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Segundo o presidente da Santa Casa, Wilson Teslenco, a instituição da Capital corre o risco de ficar sem do dinheiro porque o prefeito quer usar o dinheiro em outra finalidade. Com o repasse, o aumento no repasse do hospital passa de R$ 14,2 milhões para R$ 15,7 milhões por mês.
A relação entre a Santa Casa e Bernal não é boa desde a posse do atual prefeito. Segundo o dirigente do hospital, só houve uma conversa em 10 meses e ainda de forma superficial. Nem o aval para o empréstimo de R$ 80 milhões, que pode tirar o hospital de uma crise crônica, o município deu e o pedido de financiamento segue parado na Caixa Econômica Federal.
Nesta sexta-feira, Teslenco convocou coletiva para denunciar o suposto plano do secretário municipal de Saúde, Ivandro Fonseca, e do prefeito. Se não quitar as dívidas em tributos federais, que somam R$ 45 milhões e não são pagas há um ano, a Santa Casa perde a ajuda do Governo federal para diminuir o endividamento.
“A Prefeitura deixa as portas fechadas para conversas com a Santa Casa”, afirmou o presidente do estabelecimento hospitalar. A instituição tem que quitar a primeira parcela do débito até o dia 20 deste mês e até fevereiro para se habilitar junto ao Ministério da Saúde para ser contemplada pelo socorro.
A grave crise da Santa Casa compromete todo o sistema público de saúde do Estado, já que o hospital é o maior do Centro-Oeste e recebe a maior parte da demanda de traumas e casos de alta complexidade.
O hospital chegou a ficar sob intervenção da prefeitura por oito anos, entre janeiro de 2005 e maio deste ano.