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Cidades

Bombeiros são chamados 3 vezes por dia para salvar quem quer deixar a vida

Nos primeiros dez dias de combate aos suicídios, corporação conseguir socorrer 29 pessoas e 7 conseguiram tirar a própria vida

Anahi Zurutuza | 10/09/2018 11:39
Rua Ceará em Campo Grande, interditada para resgate de jovem de 24 anos que se jogou de viaduto em 2015 (Foto: Gerson Walber/Arquivo)
Rua Ceará em Campo Grande, interditada para resgate de jovem de 24 anos que se jogou de viaduto em 2015 (Foto: Gerson Walber/Arquivo)

Nos primeiros dez dias do mês de combate aos suicídios, as estatísticas do Corpo de Bombeiros mostram que a situação não pode ser ignorada. A corporação recebeu de 1º a 10 de setembro, pelo menos três chamados por dia para salvar pessoas que não queriam mais viver. Das 36 vítimas, 29 foram salvas pelas equipes dos bombeiros e 7 conseguiram deixar a vida.

O Corpo de Bombeiros é chamado em média 2 vezes por dia para socorrer pessoas que tentam se matar. De 1ª de janeiro a 10 de setembro, a corporação foi acionada 490 vezes. Trinte e três pessoas conseguiram tirar a própria vida.

O número, contudo, pode ser bem maior. Só em Campo Grande, por exemplo, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) registrou em 2018 626 tentativas de tirar a própria vida.
Mato Grosso do Sul ocupa a 3ª posição em casos de suicídio no país.

Em entrevista publicada pelo Campo Grande News, o capitão do Corpo de Bombeiros, Edilson dos Reis, que também é capelão, professor, pesquisador e coordenador de Curso de Prevenção ao Suicídio do HU (Hospital Universitário) de Campo Grande, explicou que setembro é um mês de alerta, acolhimento e prevenção.

Entre os dias 11 e 12, a Capital sedia o XII Seminário de Promoção à Vida e Prevenção ao Suicídio da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), no teatro Glauce Rocha.

O tabu impede, muitas vezes, que as pessoas que pensam em deixar de viver busquem ajuda, por isso a importância do acolhimento. “É importante para que pessoas que estão passando por dificuldades se identifiquem. São pessoas com, por exemplo, síndrome do pânico e depressão. Muitas não procuram ajuda e a situação pode evoluir para surtos, perdas da realidade”, comenta Edilson.

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