"Ele mal consegue falar e respirar", diz mãe de sobrevivente de colisão
Ela veio de São Paulo para acompanhar o filho no hospital e espera informações sobre o estado de saúde
Mãe do passageiro de táxi que foi atingido por camionete na madrugada de ontem, Silvaneide Tenório, 39 anos, veio às pressas de São Paulo para acompanhar o filho Ramon Rudney Tenório Souza e Silva, 21 anos, no hospital. O outro passageiro do veículo, José Pedro Alves da Silva Júnior, 22 anos, morreu na hora.
Ramon está internado na Santa Casa em estado. “Me disseram que ele estava bem, mas encontrei o menino cheio de aparelho, mal consegue falar e respirar”, diz a mãe.
Ela espera informações precisas sobre o estado de saúde do jovem, mas foi informada pela equipe de enfermeiros que Ramon passou por uma cirurgia para retirada do baço.
A mãe conta que Ramon e João Pedro eram amigos de infância, quando moravam em Recife, em Pernambuco. Ela e Ramon atualmente moravam em São Paulo (SP) e o filho veio para Campo Grande há cerca de uma semana para trabalhar como pedreiro na construção do Shopping Bosque dos Ypês.
O amigo, João Pedro, teria vindo alguns dias antes, direto do Recife. Ele era ajudante de eletricista e tinha a previsão de trabalhar em Campo Grande até abril.
Silvaneide diz que o filho trabalhou durante o dia no domingo. Ela ainda não conseguiu conversar com o rapaz sobre o momento do acidente, mas diz que ele estava voltando para casa.
O motorista do táxi, Sebastião Mendes da Rocha, 51 anos, também está internado na Santa Casa. A informação da família é de que seu estado é grave.
Acidente – O motorista da camionete, o administrador de fazenda Diogo Machado Teixeira, 36 anos, está preso na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro.
Diogo dirigia embriagado uma caminhonete L200 pela avenida Afonso Pena e bateu no táxi no cruzamento com a rua Bahia, depois de furar o semáforo. Com o impacto da batida, o Siena branco foi arremessado no muro da Secretaria Municipal de Saúde.
Uma das testemunhas relatou ter visto Diogo entrando na avenida Afonso Pena, pela rua Espírito Santo, como se “estivesse de olhos fechados”. Ele ainda furou dois semáforos até chegar ao cruzamento da batida.
A advogada de Diogo afirma que o acidente foi uma fatalidade e que o motorista se distraiu quando conectava o celular no carregador de bateria e por isso não viu o sinal fechado. O teste do bafômetro constatou 0,59 mg/l. Mesmo diante do resultado, a defesa dele negou que ele estivesse embriagado.
O motorista será indiciado por três crimes, de homicídio doloso, lesão corporal dolosa e embriaguez no trânsito. Se for condenado, a pena pode ser de 15 anos de prisão.